Os mercados financeiros europeus se recuperavam fortemente nesta sexta-feira (13) ao meio-dia, e Wall Street se prepara para acompanhar o passo, depois de uma queda histórica no dia anterior, frente à progressão da pandemia de coronavírus.
Em toda Europa, os mercados se recuperaram. Paris teve alta de 1,83%, Londres 2,46%, Frankfurt 0,77% e Madri 3,73%.
Wall Street também teve alta expressiva. O Dow Jones subiu no final do dia. Fechou com alta de 9,4%, a quase 2.000 pontos e recuperando a maior parte das perdas de quinta-feira. O índice ampliado S&P 500 saltou 9,3%, para 2.711,02, enquanto o tecnológico Nasdaq subiu 9,4%, fechando em 7.874,88.
Na Bolsa de São Paulo o índice Ibovespa, que na quinta-feira caiu 14,78%, teve alta de 13,91%, com 82.677 pontos.
A Bolsa da Argentina e do México também fecharam em alta, de 0,34% e 3,95% respectivamente.
O petróleo teve uma alta moderada. O WTI para entrega em abril, fechou em 31,73 dólares, com alta de 0,7% em relação à véspera. Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio subiu 1,9%, sendo negociado a 33,85 dólares.
Os atores do mercado temem, em particular, "um pouco mais de restrições em nível global, enquanto nenhuma estatística permite avaliar o impacto na atividade econômica na Europa, ou nos Estados Unidos".
Atrás da montanha-russa, uma avalanche de anúncios de estímulo. E, em particular, do governo alemão, que, rompendo o habitual discurso de disciplina orçamentária, prometeu ajudar as empresas "sem limites".
"Somente o alcance do pico epidêmico global combinado com medidas de apoio monetário e orçamentário (e obviamente a descoberta de uma vacina) permitirá o retorno dos ativos de risco à serenidade", estima Franklin Pichard, diretor da Kiplink Finances.
"Enquanto isso, qualquer recuperação será apenas passageira", alertou.
A China, onde o coronavírus surgiu em dezembro, considera que o pico da pandemia já passou em seu território, mas a COVID-19 arrasa outras partes do mundo, especialmente Itália e Irã.
Diferentemente das bolsas europeias, na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou nesta sexta-feira com queda de 6,08%, depois de ter perdido 4,4% na quinta-feira.
As bolsas chinesas também caíram ainda mais nesta sexta, mas menos do que Tóquio.
De Paris a Wall Street, de Londres a São Paulo, o declínio nos mercados financeiros mundiais foi vertiginoso na quinta-feira, com algumas bolsas de valores sofrendo sua pior sessão desde outubro de 1987.
Naquele ano, o anúncio de um forte déficit comercial dos EUA e um aumento da taxa do Banco Central alemão subitamente explodiu uma bolha que vinha inchando nos mercados há algum tempo. Em 19 de outubro de 1987, o Dow Jones perdeu 22,6%.
Na quinta-feira, os investidores foram surpreendidos com a decisão de Donald Trump de suspender a entrada de europeus do espaço Schenghen nos Estados Unidos por 30 dias.
As ações dispersas dos Estados e dos bancos centrais globais diante da pandemia aumentaram a incerteza.
O Banco Central Europeu (BCE) divulgou na quinta-feira um pacote de medidas para limitar o impacto econômico da crise da saúde na zona do euro. Não chegou a diminuir suas taxas básicas, porém, como fez, de surpresa, o Federal Reserve (Fed) americano.
Na quinta, o Fed também anunciou um aumento maciço de suas injeções de dinheiro nos mercados financeiros americanos para conter a crescente incerteza causada pela pandemia de coronavírus.
E o Fed de Nova York, que aumentou o financiamento de curto prazo para os mercados nos últimos dias, disse que oferecerá US$ 500 bilhões em fundos de três meses chamados acordos de recompra, nesta quinta e sexta-feiras, e US$ 500 bilhões em acordos de um mês, nesta sexta.