Apesar dos anúncios das grandes potências de planos de ajuda para conter as consequências do coronavírus, as Bolsas continuavam a cair nesta quarta-feira na Europa e na Ásia.
Depois de abrir em alta, a bolsa de Tóquio fechou em queda de 1,68%.
As bolsas europeias voltaram a fechar no vermelho nesta quarta-feira, incapazes de manter a estabilidade apesar dos anúncios oficiais na luta contra a pandemia.
Londres teve queda de 4,05%, Paris recuou 5,94%, Frankfurt 5,56%, Madri 3,38% e Milão 1,27%.
As ações de Wall Street caíram novamente nesta quarta-feira. O Dow Jones Industrial Average caiu 6,3%, fechando o dia em 19.898,92, seu primeiro fechamento abaixo dos 20.000 desde 2017. O índice ampliado S&P; 500 caiu 5,2% para terminar em 2.398,10, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite Index teve queda de 4,7%, a 6.989,84.
A Bolsa de Valores de São Paulo despencou mais de 10%, em uma sessão interrompida algumas vezes. O índice Ibovespa caiu 10,35%, a 66.894 pontos. Durante a tarde as perdas chegaram a 15%.
O índice Merval da Bolsa de Comércio de Buenos Aires teve queda de 14,47%, a 22.087,13 pontos.
O petróleo voltou a cair nesta quarta-feira em um mercado que sofre por excesso de oferta e uma queda da demanda mundial pela crise do coronavírus.
Em Nova York, o barril de WTI para entrega em abril fechou a 20,37 dólares, uma forte queda de 24,4%, o menor valor desde fevereiro de 2002.
A minutos do fechamento, o Brent do mar do Norte para entrega em maio estava em 24,67 dólares, uma queda de mais de 14%, perto de um mínimo desde 2003.
Nos últimos dias, os mercados têm sido muito voláteis, um sinal de incerteza.
"O mar está agitado, é normal não termos rumo", apontou à AFP Thierry Leclercq, gerente de ações da Mandarine Gestion.
Um grande número de bancos centrais baixou suas taxas de juros e grandes economias anunciaram pacotes de ajuda. Mas os especialistas duvidam da eficácia dessas medidas enquanto o vírus permanecer ativo.
Os Estados Unidos preparam um plano de apoio de quase um trilhão de dólares, segundo a mídia americana.
Por sua vez, o Federal Reserve dos EUA também criou um mecanismo para permitir que famílias e empresas tenham acesso mais fácil ao crédito.
E o Banco Central Europeu anunciou 100 bilhões de euros em liquidez para os bancos. Ajuda que se soma aos bilhões anunciados por vários países europeus, agora o epicentro da epidemia.
"No momento, os governos estão tomando novas decisões, os bancos centrais parecem bloqueados em sua autonomia e a cooperação internacional não dá em nada", diz uma nota do LBPAM.
Para Vincent Boy, da IG France, "toda a liquidez do mundo é inútil se os negócios não puderem ser retomados o mais rápido possível".
A União Europeia tomou a decisão excepcional, pela primeira vez em sua história, de fechar suas fronteiras, até 17 de abril. A presidente da Comissão Europeia reconheceu que os formuladores de políticas "subestimaram" o perigo da pandemia.
Como Itália, Espanha e França, a Bélgica iniciou seu confinamento geral nesta quarta-feira.
Os atores dos mercados financeiros agora esperam que os Estados Unidos tomem medidas semelhantes, o que teria um enorme impacto na economia.
"A questão não é se acontecerá uma recessão induzida pelo coronavírus, mas até que ponto será grave", diz Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank.
"Não está claro se as medidas drásticas ajudarão as estatísticas econômicas caso a atividade dos EUA pare, como é o caso na Europa", diz um especialista.
Já se passaram três semanas desde que os mercados de ações experimentam grande instabilidade.
Por essa razão, os reguladores entraram em ação. A Itália decidiu proibir vendas a descoberto (short selling) por três meses e Espanha, França e Bélgica por um mês.