A detecção do novo coronavírus começará nos próximos dias no noroeste de uma Síria em guerra, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira, temendo uma catástrofe humanitária nesta região superpovoada.
As autoridades anunciaram no domingo a detecção de um primeiro caso de Covid-19, desencadeando o medo de cerca de três milhões de pessoas presas no reduto jihadista e rebelde de Idlib, no noroeste do país, onde nenhum caso foi oficialmente registrado até o momento.
Quase um milhão de pessoas foram deslocadas entre dezembro e março nesta região, devido à violenta ofensiva do governo sírio e seu aliado russo contra jihadistas e rebeldes, apoiados pela Turquia, antes da entrada em vigor em 6 de setembro, de uma trégua negociada por Moscou e Ancara.
"Os testes estarão disponíveis no Idlib em dois dias", disse o porta-voz da OMS Hedinn Halldorsson à AFP.
Cerca de 300 kits de diagnóstico serão entregues em um laboratório na quarta-feira, disse. "Os testes começarão logo depois", acrescentou.
A OMS planeja entregar outros 2.000 kits de detecção. Três hospitais estão equipados com unidades de terapia intensiva em centros de isolamento equipados com respiradores artificiais, acrescentou o porta-voz da mais alta autoridade mundial em saúde.
Quase mil profissionais de saúde foram mobilizados e esta semana deve chegar um novo suprimento de equipamentos de proteção, incluindo 10 mil máscaras cirúrgicas e 500 respiradores.
"A OMS está extremamente preocupada com o impacto que o Covid-19 poderá ter no noroeste" da Síria, disse o porta-voz, já que os deslocados vivem em "condições que os tornam muito vulneráveis a infecções respiratórias".
A maioria dos deslocados vive em condições muito precárias e frequentemente carece de comida e água limpa.