O Japão apresentou uma proposta de adiamento por um ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 devido à pandemia do coronavírus e o Comitê Olímpico Internacional (COI) a aceitou, afirmou nesta terça-feira (24) o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
"Eu propus adiar em um ano e o presidente (Thomas) Bach concordou em 100%", declarou Abe aos jornalistas, referindo-se à conversa que teve nesta terça-feira com o presidente do COI.
A mudança de datas é inédita na história dos Jogos Olímpicos. Somente as duas Guerras Mundiais foram responsáveis por perturbar o calendário olímpico, em 1916, 1940 e 1944, mas em todas estes casos a decisão final foi o cancelamento definitivo das edições.
O COI defendia até poucos dias atrás uma posição inflexível de organizar os Jogos de Tóquio nas datas previstas (24 de julho-9 de agosto), mas a pressão internacional crescente fez com que a entidade admitisse no domingo (22) que contemplava alguns cenários, entre eles o adiamento do evento. O COI também anunciou que tomaria uma decisão final sobre o caso em quatro semanas.
Na segunda-feira (23), Abe admitiu diante do Parlamento japonês que um adiamento dos Jogos "poderia ser inevitável".
Os Jogos Olímpicos sofreriam um adiamento de um ano, como aconteceu na última terça-feira (17) com outros dois grandes eventos esportivos do ano, a Eurocopa e a Copa América de futebol, que também foram suspensos de 2020 para 2021, vítimas da crise sanitária internacional que vem obrigando o confinamento de cerca de um bilhão de pessoas no munto.
O coronavírus provocou 16.961 mortes no mundo desde que surgiu em dezembro, segundo o último balanço da AFP, baseado em informações de fontes oficiais.
Mais de 386.350 casos foram diagnosticados em 175 países e territórios.