O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que errou ao apoiar a ação divulgada com o lema "Milão não para", referindo-se às medidas para manutenção da economia e da vida social na cidade, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Nesta quinta-feira (26), completa-se exatamente um mês do lançamento da campanha.
Milão, a terceira cidade com mais casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus na província, tinha até esta sexta-feira 6.922 mil pessoas com a doença. A taxa de crescimento nas últimas 24 horas foi de mais de 848 casos.
Anche di questo ho parlato con il Presidente della Repubblica, portando la voce delle imprese, dei produttori, degli artigiani, dei commercianti.
%u2014 Matteo Salvini (@matteosalvinimi) February 27, 2020
Riapriamo tutto quello c'è da riaprire: l'Italia è un Paese che soffre ma che vuole ripartire, adesso. pic.twitter.com/qfWSK3Z1UE
No momento da divulgação da hashtag na internet, em 26 de fevereiro, a Lombardia, região setentrional da Itália, tinha 258 pessoas infectadas pelo vírus, e o país inteiro contabilizava 12 mortes.
Após um mês, a Lombardia, cuja capital é Milão, é a região da Itália mais atingida pela COVID-19, registrando 34.889 casos de pessoas contaminadas e 4.861 óbitos, de acordo com balanço oficial divulgado nesta sexta-feira, 27 de março. Em termos quantitativos, abriga 40,1% da população italiana acometida pela doença, representando 54,4% das mortes no país.
Milão, a terceira cidade com mais casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus na província, tinha até esta sexta-feira 6.922 mil pessoas com a doença. A taxa de crescimento nas últimas 24 horas foi de mais de 848 casos.
“Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título MilãoNãoPara. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado”, reconheceu Giuseppe Sala, em entrevista a uma emissora italiana.
“Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas”, afirmou.
“Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas”, afirmou.
O vídeo da campanha viralizou na internet em meio aos inúmeros casos de contaminação do vírus no país e após o governo ter decidido confinar 11 cidades do norte italiano, onde haviam sido registrados os primeiros casos de transmissão interna da doença. A produção exibida exaltava os “milagres” feitos “todos os dias” pelos cidadãos de Milão e seus “ritmos impensáveis” e “resultados econômicos importantes”. “Porque, a cada dia, não temos medo. Milão não para”, afirmava o conteúdo expresso no vídeo.
Coronavírus na Itália
A Itália registrou recordes de mortes pelo coronavírus esta semana. Somente entre a quinta-feira (26) e a sexta (27) foram quase 1 mil mortos pela COVID-19. As 919 mortes representam um salto de 207 óbitos em relação ao dia anterior. O dia desta semana com menos mortes de italianos por conta da doença respiratória foi a segunda-feira, quando houve 602 registros.