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Estado de Minas COVID-19

EUA emergem como novo epicentro mundial do coronavírus e desemprego dispara

Com hospitais superlotados, país enfrenta um número crescente de casos de COVID-19, superando China e Itália, além do elevado índice de desemprego


postado em 27/03/2020 04:00

Centenas de pessoas enfrentaram fila do lado de fora do Hospital Elmhurst, no Queens, para ser testadas(foto: Angela Weiss)
Centenas de pessoas enfrentaram fila do lado de fora do Hospital Elmhurst, no Queens, para ser testadas (foto: Angela Weiss)


Nova York – Os Estados Unidos registram o maior número de casos do novo coronavírus. A Universidade Johns Hopkins informou que o país têm 82.404 casos, enquanto o New York Times divulgou que seriam pelo menos 81.321 pessoas com a COVID-19, números que colocam a nação americana acima dos países com o maior número de infecções até então, China (81.285) e Itália (80.539).

Os hospitais americanos relataram estar cada vez mais sobrecarregados com casos de coronavírus, e 40% dos 330 milhões de residentes estão sob ordens de confinamento para impedir a propagação da doença. Pelo menos 1.178 pessoas morreram por conta da doença nos Estados Unidos, segundo a Johns Hopkins University, incluindo 100 falecimentos no último dia na cidade mais afetada pelo vírus, Nova York.

Embora o total de óbitos seja menor do que em outros países, especialistas dizem que novos diagnósticos positivos mostram que muitos americanos vão morrer, e o número real de infecções pode ser muito maior do que o divulgado oficialmente devido à falta de kits de teste. A contagem oficial de casos de coronavírus nos Estados Unidos vem dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, que não incluem contagens externas. Na noite de quinta-feira, o CDC computou 68.440 casos.

O governador Andrew Cuomo disse que a prioridade é "achatar a curva" de novos casos na área metropolitana de Nova York. O estado tem 53 mil leitos hospitalares, mas tenta aumentar sua capacidade para 140 mil, que acredita que serão necessários em 20 dias, quando se atingir o pico da pandemia. “Sabemos que enfrentaremos enormes desafios em termos de criar espaço suficiente nos hospitais ou de ter um número suficiente de funcionários treinados para nos ajudar nesta crise", comentou o prefeito de Nova York, Bill de Blasio.

O número de mortes causadas pelo novo coronavírus chegou a mil na noite de quarta-feira, e o país já contabilizava 69.246 casos confirmados, segundo a base de dados da Universidade Johns Hopkins. Mais de um terço dessas mortes ocorreram no estado de Nova York. O verdadeiro número de casos pode ser muito maior, uma vez que não há testes suficientes disponíveis.

DESEMPREGO DISPARA

A pandemia já causou estragos na maior economia mundial, que parece caminhar para uma recessão. Segundo o Departamento do Trabalho, 3,3 milhões de pessoas solicitaram auxílio-desemprego na semana passada, a maior cifra já registrada. Milhares de postos foram perdidos em bares, restaurantes, hotéis e nas indústrias dos transportes e entretenimento.

O Congresso americano, normalmente polarizado, uniu-se para enfrentar a crise. O Senado aprovou por unanimidade um pacote de estímulo de US$ 2 trilhões – o maior resgate da história americana –, que permitirá a famílias com uma média de quatro pessoas receberem um pagamento de US$ 3.400. O projeto de lei será discutido amanhã na Câmara dos Representantes. "Será aprovado, com forte apoio bipartidário", afirmou a líder da Câmara, Nancy Pelosi. "Amanhã, teremos uma vitória dos trabalhadores americanos."

O presidente Donald Trump, que aposta em uma economia forte para obter sua reeleição, em novembro, disse ter esperança de que, até 12 de abril, os americanos retornarão à vida normal, meta que especialistas sanitários não consideram realista.

O cientista americano Anthony Fauci, líder da luta contra a pandemia, alertou que o vírus pode retornar, o que torna ainda mais urgente a corrida internacional por uma vacina. Segundo Fauci, diretor de doenças infecciosas no Instituto Nacional de Saúde, é necessário desenvolver uma vacina, testá-la e se preparar para o próximo ciclo.


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