A juíza federal de Nova York Pamela Chen autorizou nesta segunda-feira (30), "por razões humanitárias", a libertação antecipada do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, de 87 anos, condenado no caso FIFAgate, segundo documentos judiciais aos quais a AFP teve acesso.
Marin havia sido sentenciado pela mesma magistrada em 22 de agosto de 2018 a quatro anos de prisão, após um julgamento de sete semanas, no qual foi considerado culpado de aceitar propinas milionárias no âmbito do FIFAgate, escândalo de corrupção na FIFA.
Sua libertação havia sido fixada para 9 de dezembro de 2020, segundo o site do departamento federal prisional dos Estados Unidos.
Devido a "sua idade avançada, sua saúde significativamente deteriorada, um risco elevado de nefastas consequências sanitárias devido ao surto de Covid-19, seu status como um criminoso não violento e o cumprimento de 80% de sua pena", Chen aceitou a moção para soltá-lo oito meses antes da data prevista, como pediam seus advogados, indicaram os documentos apresentados pela juíza.
Marin, ex-governador do estado de São Paulo, foi o primeiro grande dirigente do futebol mundial a ser condenado e preso nos Estados Unidos pelo FIFAgate. Ele cumpria sentença na prisão FCI Allenwood, na Pensilvânia, que tem 1.300 detentos.
Ao sentenciá-lo, Chen o comparou a "um câncer", que carcomeu o esporte mais popular do planeta.
Um júri de Nova York o considerou culpado por aceitar 6,6 milhões de dólares em propinas juntamente com seu número dois, Marco Polo del Nero, em troca de contratos de transmissão da Copa América, da Copa Libertadores e da Copa do Brasil.