O Twitter informou nesta quinta-feira (2) que removeu milhares de contas no Egito, Arábia Saudita, Honduras, Indonésia e Sérvia, que supostamente recebiam instruções de governos ou publicavam conteúdos pró-governo.
"Removemos 2.541 contas de uma rede egípcia, conhecida como El Fagr", publicou a empresa de tecnologia de San Francisco em uma série de tuítes.
"O grupo de mídia criou contas não autênticas para ampliar as mensagens críticas ao Irã, Catar e Turquia. As informações que obtivemos externamente indicam que ela recebia instruções do governo egípcio".
O gerente de edição online da El Fagr, Mina Salah, negou veementemente.
"Sim, somos leais ao Estado, mas não recebemos instruções de ninguém. Estamos apenas defendendo nosso país e sua posição é clara em relação ao Irã, Catar e Turquia", disse ele à AFP.
Ele disse que o Twitter estava efetivamente censurando o conteúdo do jornal e que os jornalistas foram proibidos de criar novas contas pessoais.
A plataforma também excluiu 5.350 contas da Arábia Saudita por "ampliar o conteúdo elogiando a liderança saudita e criticar a atividade do Catar e da Turquia no Iêmen".
Grupos de direitos humanos acusaram o reino conservador de espionar dissidentes e usuários críticos no Twitter.
Após uma investigação interna, o Twitter também removeu grupos de contas em Honduras que supostamente propagavam conteúdo pró-governo, na Sérvia por promover o "partido no poder e seu líder" e contas indonésias que enviavam informações sobre o movimento de independência da Papua Ocidental.
No início desta semana, a plataforma removeu dois tuítes do presidente Jair Bolsonaro nos quais questionava as medidas de quarentena destinadas a conter o novo coronavírus, alegando que violavam as regras da rede social.