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Estado de Minas

Na França, boas soluções para patrões e trabalhadores durante pandemia

Jornalista que mora no interior da França relata restrições adotadas no país e se mostra apreensiva quanto ao sistema de saúde brasileiro


postado em 06/04/2020 06:00 / atualizado em 06/04/2020 08:30

Elvia e seu marido, Jean Marc, aproveitam o dia de sol em Ouillon, na França, para almoçar ao ar livre em casa, uma antiga fazenda. Apesar de não estar trabalhando, ela tenta manter uma rotina diária, mas está preocupada com o filho, que mora em Belo Horizonte(foto: Arquivo Pessoal)
Elvia e seu marido, Jean Marc, aproveitam o dia de sol em Ouillon, na França, para almoçar ao ar livre em casa, uma antiga fazenda. Apesar de não estar trabalhando, ela tenta manter uma rotina diária, mas está preocupada com o filho, que mora em Belo Horizonte (foto: Arquivo Pessoal)


Eu e meu marido, Jean Marc, estamos confinados em casa há exatamente 16 dias. Comércio, escolas, academias de ginásticas, cinemas, teatros, restaurantes, bares estão fechados. Só podemos sair para visitas médicas, compras de alimentos e fazer esporte durante uma hora, a um quilômetro de casa, apresentando uma autorização que tem nossos dados e o motivo de nossa saída. Eu estou vivendo o chamado “desemprego parcial”, pois a Fnac, onde trabalho, está fechada, mas o meu marido continua trabalhando. O trabalho dele não pode ser feito em casa. Ele trabalha três vezes por semana e apenas pela manhã. Como o tempo está bom, ele aproveita para ir trabalhar de bicicleta, assim faz o esporte preferido dele. 

A minha rotina é muito simples. Eu não sofro muito, pois moro no interior (numa antiga fazenda) e tenho muito espaço na minha casa. Saio para correr todas as manhãs e faço ginástica durante 1h30 na frente do meu computador (a minha academia de ginástica enviou vídeos de exercícios para fazermos em casa). Depois, faço um pouco de faxina e preparo o almoço. Na parte da tarde, leio um pouco e estudo inglês. À noite, leio, vejo televisão ou um DVD e termino com exercícios de meditação antes de ir para a cama. Mantenho contato com os amigos e a família via telefone ou WhatsApp.

''Em certas regiões, a situação é crítica: muita gente doente ao mesmo momento, o que tem provocado uma sobrecarga na capacidade hospitalar. Sem falar no problema que está acontecendo nos asilos (muita morte de pessoas idosas)%u201D

Elvia Menezes Viana, jornalista



Os franceses têm respeitado o confinamento, afinal, se não o fizer têm que pagar multa. Os salários estão sendo pagos integralmente, assim como os salários desemprego. Para as empresas e os trabalhadores autônomos, o governo deu boas soluções, como o não pagamento de aluguéis, taxas e encargos sociais durante o período de confinamento. Em certas regiões, a situação é crítica: muita gente doente ao mesmo momento, o que tem provocado uma sobrecarga na capacidade hospitalar. Sem falar no problema que está acontecendo nos asilos (muita morte de pessoas idosas).

Por enquanto, onde moro, a situação não está crítica. Mas o que estamos vivendo é o resultado de uma política econômica terrivelmente capitalista e liberal dos últimos 15 anos. Esta crise está obrigando o governo a voltar atrás em suas diretivas e rever o programa de saúde que estava sendo completamente abandonado nas mãos das clínicas privadas.

Hoje, a minha preocupação é com a minha família brasileira, principalmente com o meu filho que está morando em Belo Horizonte com a namorada. Ela está trabalhando em casa (vai ter um salário), mas o meu filho é trabalhador independente e eu não sei como ele vai fazer para ter uma renda. E sei também que em termos de saúde o Brasil vai ter graves problemas se o confinamento não for respeitado.

O perigo deste vírus é que ele pode provocar graves problemas respiratórios e obrigar as estruturas hospitalares a colocar estes pacientes em reanimação. Se houver muitos ao mesmo tempo, nenhum hospital poderá atender a todos. É isto que os brasileiros têm de pensar. Evitar a contaminação para que os hospitais e postos de saúde não fiquem sobrecarregados. Ficar em casa é salvar vidas. *Produção de Lilian Monteiro
 

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

Especial: Tudo sobre o coronavírus 

Coronavírus: o que fazer com roupas, acessórios e sapatos ao voltar para casa

Coronavírus é pandemia. Entenda a origem desta palavra


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