O secretário da Marinha americana, Thomas Modly, muito criticado pela gestão da crise provocada pelo contágio de vários militares a bordo do porta-aviões nuclear Theodore Roosevelt, se demitiu, anunciou nesta terça-feira (7) o secretário da Defesa, Mark Esper.
"Esta manhã, aceitei a demissão do senhor Modly", tuitou Esper. "Nomeio o vice-secretário do Exército, Jim McPherson, como secretário interino da Marinha", acrescentou.
Modly demitiu na quinta-feira passada o comandante do porta-aviões, capitão Brett Crozier, que havia alertado sobre a situação no navio dias antes em uma carta.
A carta vazou para a imprensa e a evacuação de Theodore Roosevelt, inicialmente negada pela hierarquia militar, foi autorizada na ilha de Guam, no Pacífico, onde o porta-aviões ainda está ancorado.
Modly viajou para Guam na segunda-feira para defender sua decisão diante da tripulação da embarcação, que saudou o capitão quando ele deixou o navio e filmou a cena, amplamente divulgada nas redes sociais.
Em um discurso a bordo do porta-aviões, o ex-secretário da Marinha criticou o comandante Crozier, chamando-o de "estúpido ou ingênuo" e culpou a imprensa pelo caso.
A imprensa americana também divulgou o discurso, que provocou críticas no Congresso, onde vários parlamentares pediram a saída de Modly.
Esper, que havia defendido Modly a princípio, acabou aceitando sua demissão. "Eu nomeio o subsecretário do Exército Jim McPherson como secretário interino da Marinha", disse Esper. McPherson é um ex-almirante que saberá "como restaurar a confiança e a estabilidade da Marinha durante este período difícil", afirmou o secretário de Defesa em comunicado.
Esse protesto contra a imprensa imediatamente lembrou as frequentes críticas do presidente Donald Trump, provocando fortes reações no Congresso, onde várias autoridades eleitas exigiram a saída de Modly.
O comportamento de Modly "não era digno do de um chefe da Marinha dos Estados Unidos, particularmente em tempos de crise, e prejudicou o comandante Crozier, os marinheiros do Theodore Roosevelt e toda a marinha dos Estados Unidos", disse o democrata Jack. Reed, um membro influente do Comitê de Forças Armadas do Senado, que recebeu com satisfação a decisão de Esper.
Trump disse nesta terça-feira que não estava envolvido na saída de Modley, mas repreendeu Crozier por escrever a carta, observando que Modly "provavelmente não deveria ter dito o que disse".