O cardeal George Pell, libertado da prisão esta semana depois que a justiça australiana anulou sua condenação por abuso sexual de menores, publicou, neste sábado (11), uma carta sobre a redenção, na qual afirma que o "câncer moral" da pedofilia na Igreja já foi extirpado.
A carta, publicada pelo jornal The Weekend Ausralian por ocasião da Páscoa, é intitulada "No sofrimento encontramos a redenção" e nela Pell diz que transformará sua experiência na prisão em energia espiritual.
"Passei 13 meses na prisão por um crime que não cometi, uma decepção após a outra", escreve.
"A crise dos abusos sexuais machucou milhares de vítimas. Em muitos aspectos, a crise também é ruim para a Igreja Católica, mas extirpamos dolorosamente esse câncer moral e isso é bom", escreve.
Na terça-feira, o Supremo Tribunal da Austrália anulou a sentença contra ele por agressão sexual a dois coroinhas nos anos 1990.
O cardeal de 78 anos, ex-responsável pela Secretaria de Economia do Vaticano, foi libertado da prisão de Barwon, perto de Melbourne, na terça-feira e se estabeleceu em um seminário em Sydney.
Pell foi condenado em março de 2019 a seis anos de prisão por estupro e agressão sexual de dois coroinhas em 1996 e 1997 na Catedral de Saint-Patrick em Melbourne (sudeste), onde era arcebispo.
Sua condenação foi confirmada em apelação em agosto do ano passado, mas na terça-feira foi revogada pela Suprema Corte, que o absolveu das cinco acusações de agressão sexual, levantando dúvidas sobre os fatos.