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Estado de Minas

AIE prevê queda histórica da demanda de petróleo em 2020


postado em 15/04/2020 17:49

A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê uma queda histórica da demanda de petróleo em 2020, de -9,3 milhões de barris por dia (mbd), devido à paralisação da economia mundial provocada pela pandemia da COVID-19.

A queda histórica fará com que o consumo mundial retorne ao nível de 2012, a 90,6 mbd, segundo os cálculos da agência com sede em Paris.

Apenas em abril, a AIE prevê uma queda da demanda de 29 milhões de barris por dia em comparação com 2019, número inédito em 25 anos.

"Observamos o desaparecimento do crescimento da demanda mundial registrado na última década. É algo histórico", comentou Neil Atkinson, diretor de mercados de petróleo da AIE, em uma entrevista coletiva por telefone.

O consumo deve cair outros 26 mbd em maio (em ritmo anual) e 15 mbd em junho.

A agência prevê uma recuperação no segundo semestre, graças às medidas adotadas para conter a pandemia e apoiar a economia, mas o retorno a uma demanda normal será "progressivo".

Em dezembro, o consumo deve continuar, em média, 2,7 mbd inferior aos números de 2019.

"A economia mundial sofre uma pressão de nível desconhecido desde a Grande Depressão dos anos 1930", afirmou a AIE.

Diante da queda expressiva dos preços do petróleo, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus principais sócios, reunidos na Opep+, decidiram no domingo uma redução de 9,7 mbd na produção em maio e junho, enquanto os países do G20 prometeram uma cooperação maior.

"Estas medidas não devem reequilibrar o mercado imediatamente, mas representam um primeiro passo sólido", destacou a AIE.

Como resultado do acordo Opep+, a produção mundial de petróleo deve ser reduzida em 12 milhões de barris por dia em maio, uma queda recorde, segundo as estimativas da AIE.

Isto ajudará a limitar um pouco o excesso de oferta. Além disso, China, Índia, Coreia do Sul e Estados Unidos estão aproveitando os preços reduzidos para aumentar suas reservas estratégicas, o que também ajudará a aliviar o congestionamento do mercado.

"Isto oferecerá uma margem de manobra maior. O objetivo é evitar a saturação da capacidade de armazenamento disponível", destacou o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.

Entre os cortes Opep+, o aumento das reservas estratégicas e a recuperação econômica, a agência prevê que a demanda voltará a superar a oferta de petróleo durante o segundo semestre do ano, desde que "as medidas de contenção sejam flexibilizadas" em todo o mundo.

Outro fator que provavelmente aliviará a pressão é que, ante os preços preços e o congestionamento da infraestrutura, os países produtores que não integram a Opep poderiam reduzir sua oferta em mais de 2 mbpd em 2020.

Os mercados reagiram sem muito entusiasmo nesta quarta-feira.

O barril da West Texas Intermediate (WTI) para entrega em maio baixou 1,2%, chegando a US$ 19,87.

Já o barril de Brent do mar do Norte para entrega em junho perdeu 6,5% em Londres, foi a US$ 27,69.

Para as empresas de petróleo, as consequências desse desastre serão duradouras: os gastos com investimentos no setor devem cair um terço neste ano, a 335 bilhões de dólares, o menor nível em 13 anos.


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