O Facebook alertará diretamente seus usuários quando consultarem informações falsas relacionadas ao novo coronavírus - anunciou seu presidente, Mark Zuckerberg, nesta quinta-feira (16).
Leia Mais
África do Sul vai prender por até seis meses quem divulgar 'fake news' sobre COVID-19Número de casos de coronavírus no Brasil é 15 vezes maior que dados oficiais, apontam pesquisadoresEUA investigam se coronavírus saiu de laboratório em WuhanVídeo: Portugal abriga quem vive nas ruas durante pandemia de COVID-19Durante o mês de março, a rede social suprimiu "centenas de milhares" de conteúdo sobre a COVID-19 que "poderiam representar um perigo iminente para a saúde", como publicações que afirmavam que o alvejante doméstico permitia a cura do vírus.
Os usuários que clicarem nesse tipo de informação falsa, comentarem, ou compartilharem esse material, receberão uma mensagem, solicitando que consultem fontes seguras, como o site da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse Zuckerberg em um blog do Facebook.
Zuckerberg também defendeu os esforços da rede social para "limitar a disseminação da desinformação sobre a COVID-19".
O Facebook assegurou ter redirecionado "quase 2 bilhões de usuários", ou seja, quase todos os seus "membros", para informações de autoridades de saúde pública, por meio do "Centro de Informações COVID-19".
Resultado: "mais de 350 milhões de usuários clicaram em nossas mensagens pedagógicas", segundo Zuckerberg.
As contribuições das 60 organizações de verificação de fatos que trabalham com o Facebook em todo mundo, como a AFP, também serão destacadas no "Centro de Informações".
Se a informação for falsa, ou imprecisa, mas não representar um "perigo iminente", a rede social colocará um "rótulo de aviso".
Cerca de 40 milhões de publicações já receberam esse rótulo em março, dissuadindo os usuários de consultarem seu conteúdo em 95% dos casos, acrescentou o Facebook.
Muitos observadores, como a ONG Avaaz, denunciaram a incapacidade do Facebook de impedir a disseminação de informações falsas, com sérias consequências.
"O Facebook está no epicentro dessa crise de desinformação", disse Fadi Quran, chefe da Avaaz, em um comunicado.
"Mas a empresa está dando um passo importante hoje para limpar esse ecossistema tóxico, tornando-se a primeira rede social a alertar os usuários expostos a informações falsas sobre o coronavírus e redirecioná-los para informações que salvam vidas", reconheceu.
O Whatsapp, que pertence ao Facebook, também lançou novas medidas no início de abril para combater a desinformação. Seus usuários podem repassar mensagens virais apenas para um único contato de cada vez, para limitar a disseminação de "fake news".
A AFP trabalha em mais de 30 países e em 12 idiomas no programa "Third Party Fact-Checking" para verificação de conteúdo desenvolvido pelo Facebook.
Nesse programa, lançado em dezembro de 2016, o Facebook remunera cerca de 60 veículos do mundo inteiro, para usar suas verificações de fatos em sua plataforma e no Instagram.
Se uma dessas mídias detectar que uma informação é falsa, ou enganosa, os usuários do Facebook e do Instagram têm menos probabilidade de vê-las entre as notícias atuais.
E, se alguém tentar compartilhar essas informações, a plataforma sugere a leitura do artigo com a verificação correspondente. O Facebook não exclui nenhuma postagem.
Os veículos participantes têm total liberdade na escolha e no tratamento dos temas que desejam verificar.