Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS NO MUNDO

Vídeo: Curva do coronavírus cai em NY e protestos crescem nos Estados Unidos

 Os países europeus mais afetados pela nova pandemia de coronavírus e Nova York, epicentro do surto nos Estados Unidos, mostraram sinais encorajadores neste domingo na luta contra a doença que ainda mantém mais da metade da população mundial confinada.



Os Estados Unidos, com mais de 328 milhões de habitantes, chegaram a 40.661 mortes (1.997 nas últimas 24 horas) neste domingo, quase metade delas no estado de Nova York, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.


Andrew Cuomo, governador do estado, que também possui quase um terço das 740.000 infecções no país, anunciou pela primeira vez uma diminuição nas infecções.


"Passamos o pico e tudo indica que estamos em declínio neste momento", disse Cuomo durante uma conferência de imprensa, mas alertou que a continuidade dessa tendência depende das ações tomadas.


Itália, Espanha, França e Inglaterra também registraram quedas na taxa de infecção e também relataram menos mortes por COVID-19.


Segundo uma contagem da AFP, o Velho Continente representa quase dois terços das 160.000 mortes registradas em todo o mundo.


No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a pandemia está longe de ser combatida, com "números ou aumentos constantes" na Europa Oriental e no Reino Unido.



Na África, oficialmente ultrapassou os 1.000 óbitos, três quartos das quais foram registrados na Argélia, no Egito, em Marrocos e na África do Sul.

Debate sobre confinamento

O acúmulo de evidências sugere que o confinamento e o distanciamento social foram a chave no combate a essa pandemia, que surgiu no centro da China no final de 2019.


Mas governos de todo o mundo estão debatendo como e quando começar a diminuir as restrições ao movimento de pessoas, o que causou paralisia na economia global.


Os especialistas também expressaram preocupação com o eventual prolongamento do confinamento e os possíveis problemas de saúde mental que isso pode causar.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está confrontando os governadores estaduais por uma possível suspensão das medidas de confinamento no país, uma discussão que endureceu após o apoio explícito do chefe de Estado republicano aos protestos contra as restrições.



O vice-presidente Mike Pence disse que todos os estados têm a capacidade de realizar a quantidade necessária de testes de COVID-19 para permitir uma reabertura preliminar da economia e retomar parcialmente a vida normal do país.


No entanto, governadores de vários estados disseram que sua capacidade de teste está bem abaixo dos níveis exigidos para evitar novos surtos.


Trump também atacou a China e alertou que este país poderá enfrentar "consequências" se for "intencionalmente responsável" pela propagação do vírus.


O laboratório da cidade chinesa de Wuhan, apontado como uma possível fonte do coronavírus, disse que isso é "impossível" e descartou toda a responsabilidade pelas dúvidas do Ocidente e acusações de Trump.



Segundo os cientistas chineses, o vírus pode ter passado de um animal para outro em um mercado que vendia animais vivos em Wuhan, epicentro da pandemia.

Bolsonaro mantém ceticismo

Na América Latina, a crise da saúde ameaça deixar uma conta pesada. A região está perto de 5.000 mortes e registrou quase 100.000 infecções.


Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro discursou para manifestantes que, quebrando a quarentena por causa do novo coronavírus, se reuniram em frente ao Quartel Central do Exército para solicitar intervenção militar e o fechamento do Congresso.


Bolsonaro critica constantemente líderes parlamentares, governadores e prefeitos que defendem medidas de quarentena e de distanciamento social para conter a disseminação do coronavírus, que no Brasil, com 210 milhões de habitantes, já causou pelo menos 2.462 mortes entre 38.654 casos confirmados.



A enorme disponibilidade de testes de coronavírus, um fator-chave para amenizar as restrições de movimento, está longe de ser uma realidade na região.


Na Bolívia, o governo boliviano admitiu que, nos 40 dias de pandemia no país, apenas 3.900 testes foram realizados. Até o momento, foram registradas 520 infecções e 32 falecimento neste país, com 11,3 milhões de habitantes.

Páscoa ortodoxa em isolamento

No meio da epidemia, e depois de católicos, protestantes e judeus, mais de 260 milhões de cristãos ortodoxos celebraram a Páscoa neste domingo em condições excepcionais, embora em algumas áreas as regras de distanciamento sejam flexíveis.


O presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, que minimizou a gravidade da epidemia, visitou uma capela no país neste domingo e criticou aqueles que "reduzem o caminho para as pessoas irem à igreja".


Na Geórgia, Ucrânia e Bulgária, os fiéis também se reuniram para celebrar a Páscoa.


Já na Romênia, Sérvia, Albânia e Macedônia do Norte, as igrejas permaneceram fechadas.


Na Grécia, milhares de policiais, apoiados por helicópteros e drones, tentavam impedir as pessoas de sair às ruas.


Em um discurso televisionado, o patriarca russo Kirill destacou "a terrível doença que atingiu nosso povo". A igreja está vazia, mas "estamos juntos, uma grande família de crentes ortodoxos", disse Kirill.