A nicotina pode ter um efeito protetor contra o novo coronavírus – apontam pesquisadores franceses, que se preparam para iniciar vários testes com adesivos após constatarem a baixa proporção de fumantes entre os pacientes da COVID-19 no mundo.
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OMS alerta para longa crise do coronavírus; mortos passam de 180.000EUA registra 1.738 mortes por coronavírus nas últimas 24 horasCampeonato Mundial de sinuca será disputado em julho após suspensão devido à pandemia"Entre estes pacientes, apenas 5% eram fumantes", diz à AFP o professor de medicina interna Zahir Amoura, responsável por este último estudo.
Este número equivale a "80% menos fumantes entre os pacientes da COVID-19 do que entre a população geral de mesmo sexo e idade", acrescenta.
"A hipótese" que explicaria este fenômeno "é baseada no fato de que a nicotina impede, ou retém, o coronavírus de se fixar no receptor celular que ele normalmente utiliza", evitando, assim, que penetre nas células e se espalhe pelo organismo, explica à AFP o médico Jean-Pierre Changeux, do Instituto Pasteur.
Isso seria possível, porque a nicotina se fixaria no mesmo receptor celular, segundo Changeux, neurobiólogo de renome mundial e coautor de um artigo sobre o assunto na revista Comptes Rendus de Biologie da Academia de Ciências da França, da qual é membro.
Assim que a autorização final for obtida e com o apoio do Ministério da Saúde francês, adesivos de nicotina serão administrados em doses diferentes em três ensaios: um preventivo, para profissionais da saúde, a fim de determinar seu eventual papel protetor; e outros dois terapêuticos, para tratar pacientes hospitalizados e doentes mais graves em terapia intensiva, segundo Amoura.
Especialistas advertem, porém, contra se lançar sobre o tabaco, com base nestes estudos. Fumar altera os pulmões, e seus efeitos nocivos à saúde, como câncer ou ataques cardíacos, são bem conhecidos.