Sete pessoas ficaram feridas em um protesto por comida nesta quarta-feira (22) na Venezuela.
Cerca de 300 manifestantes se reuniram em Cumanacoa, no estado de Sucre. O atraso na abertura de lojas causou "desespero" e tumultos, disse à AFP o deputado da oposição Robert Alcala.
"Três homens, duas mulheres e dois adolescentes ficaram feridos", explicou o parlamentar, destacando que duas pessoas foram baleadas "supostamente" por membros da Guarda Nacional.
"Seis lojas foram saqueadas", acrescentou o legislador.
Segundo a Provea, ONG de defesa dos direitos humanos, os venezuelanos protestavam "contra o alto custo de vida e a escassez de gasolina", agravados pela crise do novo coronavírus.
"Fui fazer compras e vi que muitas pessoas saíram às ruas para saquear ... Não é possível ficar em quarentena, passando necessidade", disse à AFP Domingo Sánchez, técnico em telefonia celular que foi detido no tumulto.
Desde março, o país segue uma quarentena imposta pelas forças de segurança para impedir a disseminação da COVID-19 em um país já afetado por hiperinflação e colapso dos serviços públicos.
"Nem sequer temos gás. Não temos água, não temos comida... Não há gasolina", disse Freddy Mago, agricultor que se uniu ao protesto.
"Eu não imaginava isso ... Cumanacoa sempre foi uma cidade tranquila", disse Nelson Figueras, vendedor de peixe.
Autoridades não se pronunciaram sobre o caso, mas o governador de Sucre, Edwin Rojas, apareceu horas depois caminhando por Cumanacoa entre apoiadores em um vídeo publicado por seu gabinete no Twitter.