A construtora aeronáutica americana Boeing anunciou neste sábado (25) que rescindiu um acordo de US$ 4,2 bilhões para adquirir a divisão de aviões comerciais da sua rival brasileira Embraer.
As companhias planejavam formar uma joint venture na qual a Boeing teria 80% da participação nessa divisão. Os 20% restantes permaneceriam sob controle da brasileira.
O acordo deveria ser finalizado até sexta-feira, 24 de abril.
Mas a Boeing explicou neste sábado que exercia seu direito de desistir do contrato por a Embraer não atender às condições necessárias, segundo comunicado de imprensa.
"A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas", justificou Marc Allen, responsável da Boeing para esta parceria com a Embraer.
"O objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão inicial, o que não aconteceu", disse.
As duas empresas poderiam prolongar as negociações, mas finalmente desistiram de continuar a operação.
Vão manter, porém, o contrato vigente relativo à comercialização e manutenção conjunta da aeronave militar C-390 Millenium, assinado em 2012 e ampliado em 2016.
O plano de fusão da Boeing e Embraer foi anunciado alguns dias após a entrada em vigor da parceria entre a Airbus e a canadense Bombardier, que permitiu aos europeus assumir o controle do programa Cseries.
Com a aquisição da Embraer, a Boeing competiria com sua rival europeia no segmento de aeronaves regionais.
Ao mesmo tempo, permitiria à Embraer se beneficiar da força comercial da Boeing.
O projeto de aquisição recebeu a autorização de todas as autoridades envolvidas, exceto a da Comissão Europeia.