Sempre se autoavaliando na liderança da corrida global pela busca de uma vacina contra o coronavírus, o Reino Unido admitiu hoje ser "improvável" que um anúncio efetivo ocorra em 2020. Em uma entrevista à rede de televisão Sky, o secretário de Estado, Dominic Raab, que está no comando do país, disse que a fabricação de uma vacina ainda "levará tempo".
Raab substitui o primeiro-ministro Boris Johnson, que está se recuperando em sua casa de campo de Chequers, depois de ter sofrido complicações em decorrência da Covid-19, chegando a ficar três dias sob cuidados em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O premiê britânico é o único líder mundial que revelou ter sido contaminado pela doença e, no total, permaneceu sete dias no hospital, após ter se autoisolado no Número 10 de Downing Street, o endereço oficial do governo local. Ontem, a imprensa britânica disse que ele pretendia retomar o cargo a partir de amanhã.
O secretário de Estado, que também é o ministro das Relações Exteriores, salientou que a vacina será vital para as "múltiplas ondas" do vírus, mas que "dificilmente virá este ano". "O teste de anticorpos é importante porque pode dizer se você teve o vírus. Também há o teste de mucosa, que diz se você tem o vírus atualmente. Estamos analisando todas essas medidas para gerenciar e tentar acabar com o coronavírus", afirmou à TV.
Na corrida por uma vacina, que costuma levar anos para ser desenvolvida, os cientistas têm trabalhado de forma acelerada para encontrar um resultado em meses para acabar com a doença, que já matou cerca de 200 mil pessoas em todo o mundo. No início do mês, pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, disseram estar "80% confiantes" de que um novo medicamento funcionará e que poderia levar apenas "algumas semanas" para ser indicado como tal. Há expectativa de que os resultados de um trabalho feito com voluntários sejam anunciados em torno de setembro.