Jornal Estado de Minas

Reino Unido superou pico da pandemia, afirma governo

O Reino Unido, segundo país da Europa mais afetado pelo novo coronavírus, com mais de 26,7 mil mortos, superou o pico da pandemia, afirmou nesta quinta-feira o premier Boris Johnson em seu retorno às entrevistas coletivas diárias.

"Superamos o que poderia ter sido um pico vasto, como se estivéssemos atravessando um enorme túnel alpino, e agora podemos ver a luz do sol", disse Johnson, que voltou ao trabalho na segunda-feira após se recuperar de COVID-19, que o deixou internado por uma semana.



O Reino Unido começou ontem a incluir em seus balanços as mortes por Covid-19 ocorridas em residências, asilos e outros centros, o que fez as cifras dispararem e situou o país no segundo lugar entre os mais afetados na Europa, atrás da Itália.

Até o momento, 26.711 pessoas morreram da doença no Reino Unido, anunciou Johnson, acusado de ter reagido tarde à pandemia e que se encontra, agora, sob forte pressão para anunciar quando e como o país irá relaxar as medidas de confinamento.

O premier se mostrou cauteloso e pediu paciência: "É vital que não percamos o controle e nos direcionemos rapidamente a uma segunda montanha, ainda mais alta", disse, referindo-se a uma nova onda de infecções.

Johnson afirmou ter tomado a decisão de confinar o país no momento adequado, e prometeu apresentar na próxima semana um "roteiro" do relaxamento progressivo do confinamento e da reativação econômica.

Johnson disse que poderia ser aconselhado a cobrir seu rosto em locais públicos, embora seu governo ainda não tenha recomendado o uso de máscaras cirúrgicas, uma medida que ele está avaliando por temer que seja contraproducente.

Antes de reativar a atividade, as autoridades britânicas desejam confirmar uma clara diminuição no número de mortes, também para garantir que tenham meios suficientes de detecção, monitoramento e proteção.

Oficialmente, 171.253 pessoas foram contaminadas no Reino Unido e nas últimas 24 horas foram relatadas 674 mortes adicionais dentro e fora dos hospitais.

"O número de casos está diminuindo, isso significa menos hospitalizações, menos pessoas no hospital, menos pessoas em terapia intensiva, e estamos começando a ver uma diminuição no número de mortes", disse o consultor científico do governo Patrick Vallance na coletiva de imprensa com o primeiro-ministro.

Segundo Vallance, a taxa de transmissão da doença no país atualmente está entre 0,6 e 0,9, ou seja, cada pessoa infectada, por sua vez, contamina menos de uma pessoa, o que permite uma diminuição nos casos.