Jornal Estado de Minas

Países europeus muito afetados por coronavírus fazem duras críticas a seus dirigentes

Os cidadãos dos países europeus mais afetados pela pandemia de Covid-19 são os mais pessimistas e menos satisfeitos com a ação de seus governos para enfrentar a crise sanitária, segundo uma pesquisa internacional divulgada neste sábado.

Entre os cidadãos de sete países ouvidos pelo Instituto Ipsos para um centro de pesquisa política francês, o Cevipof, e parceiros internacionais, os franceses, britânicos e italianos são os que pior classificam seus dirigentes e se mostram mais pessimistas.



O mais mal julgado é o presidente francês, Emmanuel Macron, cuja gestão não satisfaz a 42% dos franceses e que recebeu nota 4,1 (em uma escala de 0 a 10).

No topo da classificação está a premier da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, que recebeu nota 7,8 e apenas 7% de descontentes. Ela é seguida pelo chefe de governo da Áustria, Sebastian Kurz, que teve nota 6,8 (11% de insatisfeitos), e pela chanceler alemã, Angela Merkel, com 6 (20% de insatisfeitos).

É também na França onde a gestão da crise pelo governo tem a taxa mais elevada de insatisfeitos (62%), contra 9% na Nova Zelândia. (Itália: 45% "não satisfeitos"; Reino Unido: 39%; Suécia, onde não houve confinamento: 30%).

Seu governo lidou melhor com a crise do que a maioria dos países? Um total de 43% dos franceses responderam que não (3% na Nova Zelândia) e 12% disseram concordar (85% na Nova Zelândia).

A pandemia do novo coronavírus já causou mais de 240 mil mortes no mundo, 85% delas em Europa e Estados Unidos, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais. A Europa é o continente mais afetado, com 141.475 mortos (1.516.635 casos).

- Pessimismo em relação ao futuro -

O índice de pessimismo em relação ao futuro do país é inversamente proporcional à confiança nos dirigentes: 43% na França se dizem pessimistas (12% otimistas) e 6% na Nova Zelândia. (Itália 34%, Reino Unido 29%).



Qualquer que seja o nível de otimismo, a grande maioria dos entrevistados acredita que as consequências da pandemia são graves tanto para a saúde quanto para a economia.

Alemães, franceses, italianos e austríacos também foram questionados sobre seu grau de satisfação frente à forma como a União Europeia (UE) lidou com a crise do novo coronavírus.

Mesmo na Alemanha, onde se registou a maior proporção de satisfeitos (25%), a nota da UE em uma escala de 0 a 10 foi 4,8. Cai para 3,2 na Itália, país mais severo com a UE (8% satisfeitos; 51%, descontentes).

As pesquisas foram feitas em sete países (França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Áustria, Suécia e Nova Zelândia), entre 16 e 24 de abril, com amostras representativas de cerca de mil pessoas ou mais em cada país, entrevistadas remotamente por meio do Access Panel da Ipsos.

A Espanha, um dos países europeus mais afetados pela Covid-19, não foi incluída nas pesquisas.