Vários países europeus começaram a suspender as medidas de confinamento impostas pelo novo coronavírus, pelas quais os Estados Unidos mais uma vez culparam a China neste domingo (03/05), dizendo que há uma quantidade "enorme" de evidências de que a pandemia do vírus Sars-CoV-2 se originou em um laboratório em Wuhan, apesar de investigações feitas pelo próprio governo Trump tenham descartado essa possibilidade.
Encorajadas pelo anúncio de 174 mortes em 24 horas no domingo, o menor número desde o início do confinamento, as autoridades italianas estão se preparando para suspender gradualmente as restrições a partir desta segunda-feira (04/05), uma medida esperada por todos, podendo assim reativar a economia.
A mesma tendência foi registrada em outros países do continente, como França ou Espanha, onde foram registradas 135 e 164 mortes por COVID-19, respectivamente, nas últimas 24 horas. Na Espanha, com 25.264 mortos, os cidadãos começaram a descobrir a felicidade de voltar às ruas no sábado. Na França, com 24.895 mortos, o alívio do confinamento começará em 11 de maio.
"Quero levar minha mãe idosa para o mar, posso?", perguntou Pietro Garlanti, 53 anos, usando uma máscara e luvas de plástico, ao comprar em Roma. "Espero que os jornais nos digam o que podemos e o que não podemos fazer".
Italianos aguardam retomada
Estritamente confinada desde 9 de março, a Itália foi duramente atingida, com 28.884 mortos. Os italianos aguardam ansiosamente a reabertura de parques, a possibilidade de visitar a família ou reuniões de no máximo 10 pessoas, deslocamentos limitados ao bairro de residência e a possibilidade de receber entregas de bares e restaurantes.
As medidas, entretanto, variam nas vinte regiões do país. A Calábria e o Veneto já autorizaram a reabertura de bares e restaurantes. "Não baixem a guarda. A fase II começa. Devemos ser cientes de que este será o começo de um desafio ainda maior", alertou o chefe do grupo de trabalho encarregado de responder à pandemia, Domenico Arcuri.
"Histórico" da China
A pandemia já causou pelo menos 24.576 mortes em todo o mundo desde que surgiu na China em dezembro, mais de 85% delas na Europa e nos Estados Unidos, de acordo com o último balanço estabelecido pela AFP com base em fontes oficiais.
Nos Estados Unidos, com 67.155 mortos, apesar dos trágicos balanços diários, alguns estados estão flexibilizando medidas restritivas para relançar a economia. Neste domingo, o governo dos EUA novamente responsabilizou a Chona pela pandemia. "Há uma enorme quantidade de provas de que foi ali que começou", disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, referindo-se ao laboratório de virologia na cidade de Wuhan, no centro da China, a região onde os primeiros pacientes foram detectados no final de dezembro.
O Instituto de Virologia de Wuhan afirma ser impossível que a pandemia tenha surgido a partir de uma falha em suas instalações. Apesar de ser um grande crítico da atuação da China no começo da pandemia, Pompeo não disse se acha que o vírus foi liberado intencionalmente.
Volta da Bundesliga?
A Europa se prepara para suspender gradualmente o confinamento, embora as medidas sejam diferentes de um país para outro. A suspensão das restrições já está em andamento na Alemanha, onde as escolas começam a reabrir gradualmente em algumas regiões nesta segunda-feira. Na Áustria, as ruas comerciais de Viena se recuperaram da agitação no sábado com a reabertura de lojas.
O ministro alemão do Interior e do Esporte monstrou-se favorável neste domingo em entrevista ao jornal Bild a retomar a liga de futebol, a Bundesliga. A Bundesliga seria o primeiro grande campeonato europeu a dar esse passo.
No Reino Unido, o pico da pandemia foi atingido, de acordo com o primeiro-ministro Boris Jonhson, que prometeu um plano de desconfinamento para a próxima semana. Contabilizando um total de 28.131 mortos neste domingo, o país é o segundo mais afetado na Europa, atrás da Itália.
Na França, onde o estado de emergência sanitária foi adiado até 24 de julho, o desconfinamento será feito em ritmos diferentes, dependendo da região.
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Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
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