A companhia de cruzeiros Carnival anunciou nesta segunda-feira (4) que alguns de seus cruzeiros voltarão a navegar em agosto, depois que milhares de passageiros e tripulantes ficaram presos a bordo de navios quando as fronteiras internacionais foram fechadas em março devido à pandemia.
A Carnival Cruise Line anunciou em um comunicado seu plano de retomar a partir de 1º de agosto oito cruzeiros que partem dos portos de Miami, onde está localizada a sede da linha; Port Canaveral, no nordeste da Flórida; e Galveston, no Texas.
A Carnival é a companhia-mãe da Holland America, cujos navios "Zaandam" e "Rotterdam" atracaram em março em Fort Lauderdale, após uma trágica viagem por águas latino-americanas, com inúmeros casos de coronavírus e quatro mortos à bordo.
No entanto, a odisseia ainda não acabou para os milhares de tripulantes que seguem confinados em cruzeiros nas costas dos Estados Unidos.
A Guarda Costeira deste país informou no mês passado que ainda havia 114 cruzeiros com 93.000 tripulantes rondando as águas americanas.
As empresas de cruzeiros se recusam a desembarcar e repatriar seus trabalhadores porque pagar pelo transporte e enviá-los para casa seria "muito caro", informou o jornal local Miami Herald na semana passada, citando uma porta-voz dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
As empresas negaram esta versão e afirmam que o CDC impõe regras de difícil implementação para um desembarque seguro da tripulação, a fim de evitar mais contágios.
Em seu comunicado, a Carnival também anunciou o cancelamento de todos os cruzeiros programados para partir até 31 de julho dos portos de Miami, Port Canaveral e Galveston e até 31 de agosto dos outros portos da América do Norte e Austrália, onde opera.
"Estamos comprometidos em apoiar todos os esforços de saúde pública para gerenciar a pandemia de COVID-19", dizia a nota.
"Estamos adotando uma abordagem calculada, baseando o retorno de nosso serviço em um número seleto de portos onde temos grandes operações", acrescentou.
A proibição de navegar, emitida pelos CDC, foi prorrogada em 15 de abril por mais 100 dias, ou seja, até pouco antes de 1 de agosto. E ainda é incerto quando outros países abrirão seus portos para estrangeiros.