A Argentina continuará fazendo parte das negociações do Mercosul com o Canadá, Coreia do Sul, Singapura e Líbano, informou nesta quarta-feira (6) o vice-ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Didier Olmedo, em entrevista à AFP.
"A Argentina não está de fora, apenas exige uma modalidade operacional um pouco mais exigente na mensuração de impactos, o que é compreensível. Isso é um alívio", disse o vice-chanceler, que ocupa a presidência pro tempore do bloco.
"Houve uma mudança gradativa do discurso" em Buenos Aires, ressaltou Olmedo, acrescentando que "superar o impasse é o que importa".
"Vamos esperar que esse lapso, por assim dizer, resulte em um momento do qual possamos sair mais fortes. O que sabemos é que a Argentina continua (na negociação) e que tudo permanece como era", afirmou.
Em abril, o governo argentino havia declarado que não estava disposto a adotar acordos de livre comércio com a Coreia do Sul, Canadá, Cingapura e Líbano. O Brasil, Paraguai e Uruguai - parceiros da Argentina no Mercosul - concordaram que essas negociações deveriam continuar, e receberam com desconforto a decisão da Argentina.
Após a última reunião de representantes do bloco, realizada em 24 de abril, a presidência do grupo divulgou uma declaração na qual anunciou que Brasil, Uruguai e Paraguai avaliariam as medidas legais, institucionais e operacionais mais adequadas para continuar - sem a Argentina - com o programa planejado.
No entanto, na última quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina informou que o Mercosul diminuiu as tensões internas ao ratificar que seus países possam avançar nas negociações no comércio exterior com taxas diferentes sem afetar o bloco.
Na próxima quinta-feira, haverá uma nova reunião por videoconferência dos coordenadores nacionais para avaliar as questões argentinas levantadas ao grupo na última terça.
"Vamos tentar definir um pouco melhor essa situação, o que nos deixou um pouco confusos", reconheceu o vice-chanceler do Paraguai.
"Não vamos negar que essas são negociações bastante difíceis, mas estávamos fazendo progressos significativos nelas com o Canadá, Coreia do Sul, Singapura e Líbano", ressaltou.