Ao menos 11 pessoas morreram e 1.000 foram hospitalizadas após um vazamento de gás em uma fábrica química no sudeste da Índia, anunciaram as autoridades, que temem o agravamento do balanço de vítimas.
O acidente aconteceu durante a noite na fábrica da LG Polymers India, nas proximidades da cidade industrial e portuária de Visakhapatnam, no estado de Andhra Pradesh.
A situação está "controlada", anunciou em Seul a empresa sul-coreana LG Chem, matriz da LG Polymers India.
A empresa e as autoridades locais não revelaram que tipo de gás vazou da fábrica.
Imagens exibidas pela televisão mostram vários corpos nas ruas próximas à fábrica, de onde saía uma espessa coluna de fumaça.
"A situação provocada pelo vazamento de gás está controlada e avaliamos todas as opções para atender rapidamente todos os que sofrem devido à inalação de gás", afirmou a LG Chem em um comunicado.
O gás escapou de dois tanques com capacidade para 5.000 toneladas que estavam sem vigilância devido à redução das atividades provocadas pelo confinamento decretado para conter a pandemia do novo coronavírus, em vigor na Índia desde o final de março, anunciou a polícia.
O gás ficou no local "por causa do confinamento. Isso levou a uma reação química, produziu calor dentro dos tanques e o gás vazou por causa disso", disse o policial Swaroop Rani à AFP.
"Chegamos lá imediatamente. Era possível sentir o gás no ar e não era possível para qualquer um de nós ficar lá por mais de alguns minutos", completou Rani.
- Espectro de Bhopal -
A polícia e os serviços de emergência retiraram entre 3.000 e 4.000 pessoas de um raio de 1,5 km ao redor da fábrica.
Os moradores da região alertaram a polícia às 3H30 locais de quinta-feira (19H00 de Brasília, quarta-feira).
"Até o momento podemos confirmar 11 mortos", declarou à AFP RK Meena, comandante da polícia de Visakhapatnam.
"Quatro pessoas morreram no hospital. Duas pessoas morreram quando tentavam sair da cidade. Uma caiu em um poço e outra do quarto andar de um edifício", completou,
Ao menos 1.000 pessoas feridas foram internadas, afirmou o médico B K Naik, coordenador dos hospitais do distrito, que teme o agravamento do balanço.
"No momento do acidente, muitas pessoas estavam dormindo", disse Naik, antes de informar que os serviços de emergência organizavam buscas de vítimas casa por casa.
Gana Venkata Reddy Naidu, deputado do Parlamento de Andra Pradesh, afirmou que o balanço pode aumentar para entre "25 e 30 mortos".
A LG Polymers India se apresenta em seu site como um dos principais produtores de poliestireno e de poliestireno expandido da Índia.
"Rezo pela segurança e pelo bem de todos em Visakhapatnam", afirmou no Twitter o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
O acidente recorda a catástrofe de dezembro de 1984 na fábrica de pesticidas da cidade de Bhopal, centro da Índia, onde um vazamento de 40 toneladas de gás matou 3.500 pessoas em poucos dias.
O acidente na fábrica da empresa Union Carbide em Bhopal, uma das maiores tragédias industriais da história, provocou milhares de mortes nos anos seguintes.