Pesquisadores do laboratório chinês de virologia acusado pelos Estados Unidos receberam treinamento neste país e na França - informou o governo chinês nesta quinta-feira (7), em plena controvérsia quanto à origem do novo coronavírus.
O laboratório de alta segurança P4 em Wuhan, cidade onde a COVID-19 foi detectada no final do ano passado, é alvo de teses, segundo as quais o vírus poderia ter escapado do local antes de contaminar o planeta.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, chegou a afirmar no domingo que existem "enormes evidências" nessa direção, uma tese categoricamente rejeitada por Pequim.
"O laboratório P4 de Wuhan é (o resultado de) uma colaboração entre os governos chinês e francês", lembrou a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying, à imprensa.
"Sua concepção, gerenciamento e construção atendem a rígidos padrões internacionais, e seus primeiros funcionários foram treinados em laboratórios P4 nos Estados Unidos e na França", acrescentou.
O laboratório recebeu sua certificação oficial em 2017 durante uma cerimônia na presença do primeiro-ministro francês da época, Bernard Cazeneuve.
Sua entrada em serviço foi objeto de um acordo de 2004 entre a China e a França.
Seu equipamento "é testado anualmente por terceiros aprovados pelo Estado", disse Hua, que repetiu que Pompeo não tinha evidências para dizer que a COVID-19 saiu deste local.
"Ele gagueja incoerentemente e continua mentindo", acrescentou ela.
A maioria dos especialistas concorda que o vírus foi naturalmente transmitido de animais para humanos em um local que poderia ser um mercado em Wuhan, onde eram vendidos animais exóticos vivos.
Desde então, a China conseguiu limitar a propagação da doença a menos de 83.000 infecções, das quais 4.633 fatais, segundo dados oficiais.
Os Estados Unidos, por sua vez, são agora o país mais atingido, com mais de 73.000 mortos.