Jornal Estado de Minas

Trump nega suposto complô na Venezuela e diz que se o fizesse seria uma 'invasão'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta sexta-feira que seu governo não participou de uma suposta conspiração na Venezuela para derrubar o presidente Nicolás Maduro, e afirmou que se ordenasse uma operação seria uma "invasão".



"Se eu quisesse ir para a Venezuela, não faria isso em segredo", disse Trump em entrevista à Fox News.

"Entraria e não fariam nada a respeito. Dariam a volta. Não enviaria um pequeno grupo. Não, não, não. Seria um exército (...) e isso seria chamado de invasão", acrescentou.

"O governo não tem nada a ver com isso", enfatizou Trump, que já havia negado na terça-feira o envolvimento de Washington.

Maduro, cuja saída do cargo é promovida pelos EUA há mais de um ano por considerar sua reeleição fraudulenta, denunciou que o governo Trump estava por trás de uma suposta operação marítima levada adiante entre 3 e 4 de maio por "mercenários" que planejavam tirá-lo do poder.

Vinte pessoas foram detidas no âmbito da operação relatada, incluindo duas identificadas como americanas, "membros da segurança" de Trump, segundo Maduro.

O governo de esquerda de Maduro afirmou que a conspiração foi financiada pelo líder da oposição apoiado por Washington, Juan Guaidó, e que dois ex-soldados das forças especiais dos EUA estavam entre os 20 detidos. Outros oito suspeitos foram mortos, segundo Caracas.



Maduro afirmou que os dois americanos, identificados como Luke Alexander Denman, de 34 anos, e Airen Berry, de 41, "confessaram sua culpa".

Em entrevista à Fox News, Trump disse não saber nada a respeito e qualificou os supostos invasores como "um grupo desonesto".

"Obviamente, não foram liderados pelo general George Washington", disse ironicamente. "Este não foi um bom ataque. Acredito que foram presos antes mesmo de tocarem a terra".

Na quinta-feira, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, pediu a Maduro que deixasse o poder para permitir a "restauração da democracia" na Venezuela, lembrando também que o presidente venezuelano foi acusado de "narcoterrorismo" nos Estados Unidos.

O Departamento de Estado oferece desde o final de março uma recompensa de até 15 milhões de dólares por informações que permitam deter Maduro, acusado pela justiça dos EUA de usar a cocaína "como uma arma" contra este país nas últimas duas décadas.