O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou neste domingo (10) o início do relaxamento das medidas de lockdown a partir da próxima quarta-feira (13), como uma nova fase de combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
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Reino Unido muda slogan para "fique alerta" antes de plano para saída de bloqueioReino Unido prevê 14 dias de isolamento para quem chegar ao paísReino Unido prorroga confinamento, mas deve suspender algumas restriçõesPresidente do Madagascar defende uso de poção tradicional contra o coronavírusTambém está autorizado sair de carro de casa para atividades consideradas não essenciais e encontrar um parente ou um amigo em local público, respeitando os dois metros de distância.
Quem for pego descumprindo as novas regras pagará "multas pesadas", disse Johnson. Porém, o comércio não essencial e as escolas não devem voltar antes do início de junho, e a "reabertura da indústria hospitaleira, garantindo o distanciamento social" só devem voltar em julho.
Já as pessoas que não conseguem trabalhar de casa foram incentivadas a ir para seus locais de trabalho "de preferência de carro, a pé ou bicicleta". No entanto, o premier informou que serão divulgadas as bases do protocolo de segurança para a retomada do trabalho nas indústrias essenciais.
Johnson ainda informou que todos os viajantes internacionais serão colocados em quarentena assim que chegarem ao território britânico, mas não detalhou como o procedimento será realizado.
"Estar em alerta, controlar o vírus, salvar vidas" virou o novo slogan do governo britânico para este momento - trocando o "Fique em casa, salve o NHS , salve vidas" do momento mais crítico da COVID-19.
O novo plano é baseado em cinco níveis, que deverão servir de bússola "sobre o quão duro deve ser o distanciamento social" nas próximas semanas e meses. Para isso, será utilizado o cálculo da taxa de transmissão, conhecido como indicador R zero. Para permitir o avanço para uma nova fase, o número deve ficar "entre R 0,5 e R 0,9", ou seja, cada 10 pessoas contaminam outras cinco (R 0,5) ou nove (R 0,9), causando assim a queda gradual no número de contágios.
Apesar do anúncio de Johnson, os governos da Escócia, do País de Gales e da Irlanda do Norte continuaram a pedir para que as pessoas fiquem em casa. Johnson foi acusado de demorar demais para instituir as medidas de lockdown, o que causou um aumento exponencial no número de casos e mortes - que começaram a ser controlados recentemente.
Até o momento, de acordo com os dados do Centro Universitário Johns Hopkins, há 220.449 infecções confirmadas e 31.930 mortes.
França inicia reabertura
Por sua vez, os franceses começaram a viver hoje a segunda fase de enfrentamento à COVID-19, com a possibilidade de sair de casa sem precisar apresentar justificativa, o uso obrigatório de máscaras de proteção dentro dos transportes públicos e a autorização da prática de exercícios físicos.
Também está autorizada a reabertura de parte das escolas e do comércio - em um país que ficou dividido entre zonas vermelha e verde, onde as regras são diferenciadas por conta ainda do alto número de contaminações.
No entanto, a Justiça da França poderá frear as medidas, já que ainda não houve parecer jurídico. O parecer jurídico deve ser examinado ainda hoje pelo Conselho Constitucional.
A França estava há sete semanas em lockdown para controlar o número de casos e o presidente do país, Emmanuel Macron, pediu um "senso de responsabilidade" da população para evitar um novo pico de contágios.
São 177.094 contaminações confirmadas por todo o território francês, com 26.383 óbitos. (ANSA)