A China está testando pelo menos cinco vacinas experimentais contra o novo coronavírus em humanos, em um contexto de competição internacional entre laboratórios, anunciou nesta sexta-feira o vice-ministro da Saúde.
Para proteger os chineses e silenciar as críticas ocidentais à gestão da pandemia, a China incentiva órgãos públicos e empresas privadas a acelerar as investigações.
"No geral, estamos progredindo", graças à boa cooperação entre serviços de saúde, hospitais e institutos de pesquisa, disse Zeng Yixin, vice-ministro da Saúde.
Um total de "2.575 voluntários foram vacinados no âmbito de diferentes projetos" e "não foram relatados efeitos indesejáveis significativos", disse Zeng em entrevista coletiva em Pequim.
No entanto, ele não falou sobre datas de comercialização de uma possível vacina, embora tenha dito que a "fase 2" de todos os ensaios clínicos será concluída em julho.
A fase 2 é a segunda das três fases de testes em humanos que devem ser concluídas antes da venda.
Atualmente, existem cinco projetos em andamento.
A Academia Militar Chinesa de Ciências Médicas, em colaboração com a empresa CanSino BIO, está trabalhando em uma vacina que usa um adenovírus, ou seja, um vírus-vetor para inserir o patógeno no corpo.
Os outros quatro projetos dizem respeito a vacinas mais clássicas, que contêm uma versão inativada do patógeno (neste caso, o Sars-Cov-2) administrada para provocar uma reação no paciente.
Dois dos projetos são de iniciativa de um gigante do setor farmacêutico, o China National Biotec Group (CNBG), um em colaboração com o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças e o outro com o Instituto Wuhan de Virologia.
Foi nesta cidade do centro da China que o coronavírus apareceu pela primeira vez no ano passado.
A empresa farmacêutica Sinovac, com sede em Pequim, trabalha com sua própria vacina.
O nome da agência que realiza o quinto projeto é desconhecido.
Segundo o vice-ministro, as autoridades poderiam aprovar outros testes em humanos em junho.