O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu aos europeus que "mantenham a disciplina coletiva necessária" em relação à China, a qual chamou de "rival sistêmica na promoção de outros modelos de governo".
"A relação da União Europeia com a China é tão multifacetada que nossa abordagem não pode se reduzida a um único prisma", destacou o espanhol em nota publicada na sexta-feira no jornal francês Le Monde.
A China é um "parceiro com o qual a UE compartilha objetivos estreitamente integrados", um "parceiro de negociação com o qual a UE deve encontrar um equilíbrio justo", um "concorrente econômico na corrida pelo domínio tecnológico" e "um rival sistêmico na promoção de outros modelos de governo", disse Borrell.
O chefe da diplomacia europeia também apontou as divergências no domínio cibernético, no qual a "posição da China, centrada no estado, contrasta com a abordagem multifacetada da UE, baseada no respeito aos direitos e liberdades fundamentais".
No entanto, as "mudanças" na relação entre a UE e China " aceleraram desde o surgimento do coronavírus", destacou Borrell.
"No início, quando os hospitais chineses estavam sobrecarregados, a UE prestou um importante apoio, sem muita publicidade. Mais tarde, quando a Europa se tornou o epicentro da pandemia, a China enviou uma grande quantidade de equipes médicas e fez questão de que o mundo fosse informado", acrescentou.