O sistema de seguridade social do Peru anunciou a construção de um novo hospital para enfrentar a pandemia de COVID-19 na região amazônica, onde os serviços de saúde operam no limite da capacidade.
Os casos do novo coronavírus nesta região ultrapassam os 1.620 e os números estão aumentando.
O hospital contará com cem leitos, 20 deles na unidade de terapia intensiva (UTI). Serão destinados 220 profissionais médicos para reforçar outro hospital desta cidade.
"Estamos trabalhando intensamente para ampliar a oferta de serviços e fornecer aos hospitais da Amazônia peruana todos os meios necessários para cuidar de pacientes com COVID-19", afirmou o porta-voz da seguridade social, Federico Tong Hurtado.
As autoridades querem evitar que em Pucallpa se repita a situação da cidade amazônica vizinha de Iquitos, onde os hospitais ficaram saturados de pacientes com COVID-19 e os necrotérios não dão conta.
Portanto, o primeiro-ministro Gustavo Zeballos anunciou o compromisso de "adquirir duas usinas de oxigênio e estabelecer uma ponte aérea e terrestre para fornecer os balões de oxigênio necessários" para Pucallpa.
Em Iquitos, por outro lado, na região amazônica de Loreto, uma usina de oxigênio começará a funcionar na segunda-feira em um novo e pequeno hospital, que fornecerá até 40 leitos.
Loreto, na fronteira com Brasil, Colômbia e Equador, é a região mais extensa e menos povoada do Peru, mas uma das mais afetadas pelo coronavírus.
Mais de 2.250 casos e 95 mortos pela COVID-19 foram registrados lá, segundo dados oficiais.
A falta de oxigênio nos hospitais para os pacientes com o novo coronavírus, uma doença predominantemente respiratória, é um dos maiores problemas do sistema de saúde desta região.
"O pulmão do mundo está morrendo por falta de oxigênio e essa é a nossa triste realidade", disse à AFP na quinta-feira em uma videochamada o encarregado de saúde da região amazônica de Loreto, Carlos Calampa.
Em Iquitos, a paróquia organizou uma coleta pública para adquirir outra fábrica de oxigênio.
Na floresta peruana praticamente não há estradas e o principal meio de transporte é o fluvial, o que mobilizou o governo a estabelecer pontes aéreas para fazer chegar a ajuda sanitária.