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Gripezinha? Estudo mostra que COVID-19 é muito mais mortal que gripe comum

Pesquisa mostra que, nos Estados Unidos, taxa de morte entre pessoas que apresentam sintomas do novo coronavírus é de 1,3%. Já o índice entre pessoas que pegam a gripe comum é de 0,1%


postado em 19/05/2020 09:39 / atualizado em 19/05/2020 09:44

(foto: AFP)
(foto: AFP)
A COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, é mais mortal que a gripe? Muito mais, conclui um novo estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e publicado na revista especializada Health Affairs. A pesquisa também aponta um futuro sombrio para países que não estabelecerem uma luta firme contra a disseminação do vírus.

Após analisar os dados dos pacientes diagnosticados com o novo coronavírus nos Estados Unidos, os autores da pesquisa estimaram em 1,3% a taxa nacional de mortes entre as pessoas que foram infectadas pelo SARS-CoV-2 e apresentaram sintomas. Como comparação, o índice de óbitos entre os pacientes que pegam gripe comum é 0,1%.
 
"A COVID-19 é mais letal que a gripe. Podemos encerrar esse debate", afirmou, em um comunicado à imprensa, Anirban Basu, um dos autores da pesquisa e professor de economia da saúde na Universidade de Washington.

Perto de 500 mil mortes

Para coletar os dados, a Escola de Farmácia da universidade criou um site que coleta os casos e as mortes em 116 condados de 33 estados norte-americanos. O professor Basu ressalta que o site ajuda a criar um panorama atualizado da pandemia em diferentes regiões dos Estados Unidos e a estimar, de maneira mais confiável, o impacto do vírus se ele se disseminar de maneira ampla. 

E as perspectivas são preocupantes, afirma o pesquisador. Segundo ele, cerca de 3,5 milhões de americanos (pouco mais de 1% da população) foram infectados pelo vírus da gripe na temporada de 2018 e 2019. Se o mesmo número de pessoas for infectado pelo novo coronavírus e apresentar sintomas, a quantidade de mortes nos Estados Unidos poderia ser entre 400 mil e 500 mil.

Porém, o novo coronavírus tem se mostrado mais infeccioso que o vírus influenza e tem potencial para contaminar um número muito maior de pessoas. Basu, então, afirma que, se 20% da população americana forem infectados, o total de mortos poderia variar entre 350 mil e 1,2 milhão de pessoas.

Medidas de saúde pública

Apesar de avanços importantes na busca por uma vacina, a produção em larga escala de doses para imunizar toda a população ainda deve demorar. É necessário, então, tomar medidas que diminuam a circulação do vírus, defende o professor.

"Esses são números impressionantes, que só pode ser reduzido medidas de saúde pública sólidas. Nossa esperança é que nosso estudo estimulem políticas locais e nacionais que salvem vidas. Por fim, queremos que nossos resultados ajudem a proteger as pessoas ao redor do mundo."

Como a taxa de mortalidade depende de uma série de fatores, incluindo o acesso a hospitais, os números encontrados por Basu nos Estados Unidos não podem ser transpostos automaticamente para outros países. 

Porém, é possível prever, com base no novo estudo, um imenso número de mortos no Brasil caso se concretize a previsão, constantemente repetida pelo presidente Jair Bolsonaro, de que 70% dos brasileiros serão infectados. Pesquisadores brasileiros já estimaram que uma taxa tão alta de infecção no Brasil levaria a 1,8 milhão de mortes por covid-19 no país.


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