O governo da Espanha anunciou nesta terça-feira que pedirá ao Congresso a prorrogação do estado de alerta, que permite o confinamento da população, até 7 de junho, no momento em que continuam caindo as cifras de novos infectados pelo coronavírus no país.
O chefe de governo, Pedro Sánchez, havia anunciado, antes, que pediria uma prorrogação por um mês, mas o governo acabou decidindo reduzir o período para 15 dias, para manter o apoio do partido de centro Cidadãos, garantindo a sua aprovação nesta quarta-feira no Congresso, onde não conta com a maioria.
"Se não há decreto de alerta, não há capacidade de restringir a circulação de pessoas, de nada teria servido o esforço sacrificado e contínuo feito pelo conjunto dos cidadãos", justificou em entrevista coletiva a porta-voz do governo, María Jesús Montero.
Desde o início do confinamento, em 14 de março, o Congresso aprovou sucessivas prorrogações, mas em votações cada vez mais apertadas, e em meio a uma hostilidade política crescente, principalmente da oposição de direita, que critica a gestão da crise e não apoiou a prorrogação há duas semanas.
O governo não descartou novas prorrogações, uma vez que considera que o estado de alerta deve acompanhar o processo de desconfinamento da população, previsto para durar até o fim de junho.
O governo defende que o confinamento permitiu controlar a epidemia e reduzir a cifra de novas infecções diárias, de 295, segundo o último balanço do Ministério da Saúde. Pelo terceiro dia consecutivo, as mortes diárias por Covid-19 se mantiveram abaixo de 100.
No total, o vírus já deixou na Espanha mais de 27,7 mil mortos e 232 mil infectados. Uma pesquisa feita por um instituto público e divulgada hoje mostra que a maioria dos espanhóis aprovam a prorrogação do confinamento, embora se mostrem divididos em relação à confiança na política do governo para a Covid-19.