A mídia oficial chinesa divulgou, nesta segunda-feira (25), o vídeo de um grupo de manifestantes espancando um advogado em Hong Kong, um golpe na imagem do movimento pró-democracia.
O ataque ocorreu no domingo (24), durante uma manifestação contra uma controversa lei de segurança do governo de Pequim para Hong Kong.
O protesto foi reprimido pela polícia, que disparou gás lacrimogêneo e usou canhões de água nos confrontos mais violentos dos últimos meses.
O Parlamento chinês deve aprovar uma lei de segurança para Hong Kong que criminaliza a traição, a subversão e a sedição em resposta a meses de protestos, por vezes violentos, por parte do movimento pró-democracia.
Muitas pessoas de Hong Kong temem que a lei acabe com as liberdades desse território semiautônomo, mais amplas do que na China continental.
O vídeo gravado no domingo mostra um homem com sangue no rosto, tentando fugir de meia dúzia de manifestantes. Ele recebe chutes e é agredido com guarda-chuvas.
A Ordem dos Advogados de Hong Kong disse que a vítima é um de seus membros e que foi levada ao hospital.
"Qualquer forma de violência, deplorável como uma afronta ao Estado de Direito, deve ser interrompida imediatamente", disse a Law Society.
Segundo a imprensa local, o homem discutiu com os manifestantes, porque eles bloqueavam as ruas.
Durante os protestos do ano passado, imagens de espancamentos de ambos os lados circularam pela imprensa e pelas redes sociais.
A China costuma usar vídeos da violência dos manifestantes como arma de propaganda para retratá-los como radicais violentos.
"Vamos ver o que realmente é a democracia de Hong Kong apoiada por Washington", escreveu Hu Xijin, editor-chefe do jornal nacionalista "Global Times", postando o vídeo no Twitter.
O jornal oficial "Diário do Povo" também postou as imagens nessa mesma rede social.