Manifestantes colocaram fogo em uma delegacia de Minneapolis, no estado de Minnesota, Estados Unidos, na noite desta quinta-feira, 28, durante o terceiro dia de protestos contra o assassinato de George Floyd. Os policiais abandonaram o edifício antes do início do incêndio e não informações sobre vítimas.
Mais cedo, o governador de Minnesota acionou a Guarda Nacional para conter as manifestações. A ordem do governador Tim Walz veio após pessoas irem às ruas - alguns mais exaltados quebraram estabelecimentos comerciais e provocaram incêndios - e o Departamento de Justiça anunciar que uma investigação federal sobre a morte de Floyd era uma prioridade.
Em uma coletiva de imprensa, a procuradora Erica MacDonald prometeu uma "investigação robusta e meticulosa" sobre a morte, mas não chegou a denunciar os quatro policiais envolvidos na morte de Floyd, na segunda-feira, 25. Todos foram demitidos após um vídeo gravado por um pedestre, com imagens fortes, viralizar na internet.
O homem negro morreu asfixiado após um policial branco ajoelhar e pressionar o pescoço dele. Na ação, Floyd, de 40 anos, reclama e diz repetidamente "não consigo respirar", enquanto o agente que o rendeu continua na mesma posição para imobilizá-lo, mesmo com protestos de transeuntes.
Os quatro oficiais foram denominados como Derek Chauvin, Thomas Lane, Tou Thao e J. Alexander Kueng. A mídia local identificou Chauvin como o policial visto ajoelhado no pescoço de Floyd. O advogado de Chauvin, Tom Kelly, não quis comentar um e-mail enviado por agência de notícia .
Os registros do departamento de polícia mostram 18 inquéritos de assuntos internos movidos contra Chauvin, dos quais 16 foram arquivados sem qualquer tipo de punição para o agente.
O protesto que culminou nas primeiras horas desta quinta-feira incluiu confrontos com a polícia, que disparou balas de borracha e bombas de gás, além de saques e lojas incendiadas. Os policiais tentaram evitar a invasão da delegacia onde os agentes envolvidos na morte de Floyd trabalhavam antes de serem demitidos.
No confronto, um homem morreu baleado, informou a polícia, relatando a prisão de um suspeito e investigação da origem do tiro, que poderia ter sido disparado pelo proprietário de uma loja na área onde os distúrbios ocorreram.
Enquanto isso, no local em que Floyd foi preso pela primeira vez, as pessoas cantaram e colocaram flores em homenagem ao falecido.
A revolta pela morte de Floyd e com o tratamento policial aos negros também provocou protestos em Los Angeles, onde houve uma passeata no centro da cidade na noite de quarta-feira. No ato, a Highway 101 foi bloqueada brevemente.
Alguns manifestantes mais exaltados quebraram as janelas dos carros da polícia e manifestante foi ferido.
Os protestos lembram os distúrbios de 2014 em Ferguson, Missouri, depois que um policial matou um homem suspeito de roubo. Também recordam o caso do nova-iorquino Eric Garner, no início do mesmo ano, preso por vender ilegalmente cigarros e morreu de um estrangulamento ilegal, que foi filmado.
O caso repercutiu em todo o país com protestos acalorados de inúmeras personalidades do mundo da política, da mídia e do esporte. (Com agências internacionais).
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