Jim Mattis, ex-secretário de Defesa de Donald Trump, que renunciou por discordar da retirada das tropas americanas da Síria, acusou o presidente de tentar "dividir" o país.
"Em toda minha vida, Donald Trump foi o primeiro presidente que não tenta unir os americanos, que não pretende sequer tentar", disse ele, em comunicado on-line publicado nesta quarta-feira (3) pela revista The Atlantic.
"Ao contrário, ele está tentando nos dividir", acrescentou o general reformado da Marinha, que até agora havia evitado comentar diretamente o governo do bilionário republicano.
"Viu os eventos desta semana se desenrolarem, a raiva e a consternação", continuou ele em sua acusação, na qual apoia os manifestantes que estão "corretamente" pedindo direitos iguais.
A morte, em 25 de maio, em Minneapolis, de George Floyd, um homem negro sufocado por um policial branco, mobilizou um protesto histórico contra o racismo, a violência policial e a desigualdade social. Centenas de milhares de pessoas se manifestaram pacificamente em todo o país, mas também houve saques e tumultos.
Donald Trump silenciou sobre as críticas dos manifestantes e usou um tom marcial ao ameaçar utilizar o exército nas ruas, apresentando-se como "o presidente da lei e da ordem".
"Não devemos nos distrair com poucos transgressores. Os protestos unem dezenas de milhares de pessoas com princípios que insistem para que todos vivam respeitando valores", disse Mattis.
"Devemos rejeitar e responsabilizar os que estão no poder caso queiram violar a nossa Constituição", acrescenta.