As forças do Governo de União Líbio (GNA) disseram nesta quinta-feira (4) que agora controlam toda capital Trípoli e seus subúrbios, onde há mais de um ano travam intensos combates com as tropas de Khalifa Haftar, o homem forte do leste do país.
"Nossas forças heroicas têm controle total das fronteiras administrativas da Grande Trípoli", declarou o porta-voz das forças pró-GNA, Mohamad Gnounou, em um breve comunicado postado no Facebook.
Este anúncio ocorre após várias vitórias das tropas do GNA, uma entidade sediada na capital e reconhecida pela ONU, incluindo a retomada do aeroporto internacional na quarta-feira (3), nas mãos dos pró-Haftar desde abril de 2019.
"Nossas forças continuam avançando, perseguindo as milícias terroristas de Trípoli", declarou o vice-ministro da Defesa do GNA, coronel Salah Namrouch.
"Alguns de seus comandantes fugiram para o aeroporto de Bani Walid, a sudeste de Trípoli", acrescentou ele no Facebook.
Imagens circulam nas redes sociais e nos canais de televisão locais, mostrando uma forte presença de combatentes pró-GNA em áreas anteriormente ocupadas pelos pró-Haftar.
Em abril de 2019, o marechal Haftar lançou uma ofensiva para tomar rapidamente Trípoli. Os combates rapidamente se complicaram ao sul da capital, porém, e as tropas de Haftar sofreram várias derrotas nas últimas semanas.
Há cerca de duas semanas, Bani Walid, uma cidade 170 quilômetros ao sudeste de Trípoli, viu a chegada de muitos combatentes pró-Haftar. Eles fugiam do "front" da capital, de cidades costeiras tomadas pelos pró-GNA e da base aérea de Al-Watiya, 140 km a sudoeste de Trípoli.
Na quarta-feira, as forças do GNA recuperaram o controle do Aeroporto Internacional de Trípoli, que está fora de serviço desde 2014, após intensos combates.
O anúncio do GNA acontece no momento em que a ONU pretende relançar as negociações com os beligerantes líbios, nesta quarta, suspensas há mais de três meses.
Todas as tentativas anteriores de estabelecer um cessar-fogo duradouro no país fracassaram.
A Líbia está mergulhada no caos desde a queda do regime de Muammar Khadafi em 2011, e o conflito viu no ano passado um crescente envolvimento de potências estrangeiras.
O GNA é apoiado militarmente pela Turquia, enquanto Egito, Emirados Árabes Unidos e Rússia apoiam o campo de Haftar.
Desde abril de 2019, centenas de pessoas, incluindo muitos civis, foram mortas nos combates, e cerca de 200.000 precisaram deixar suas casas.