Jornal Estado de Minas

Desemprego nos EUA tem queda surpreendente

A taxa de desemprego nos Estados Unidos registrou uma queda surpreendente em maio, atingindo 13,3%, contra as expectativas dos analistas e para deleite do presidente Donald Trump, que está buscando a reeleição em novembro e enfrenta críticas por seu comportamento em resposta aos protestos.



Trump reagiu imediatamente no Twitter comemorando este "impressionante relatório do emprego" em um momento em que os Estados Unidos estão passando por uma onda de protestos contra o racismo, não vistos em décadas, após a morte de um homem negro nas mãos da polícia.

Em maio, o desemprego nos Estados Unidos caiu para 13,3%, após registrar 14,7% em abril, resultado da criação de 2,5 milhões de empregos, revelou o relatório do Departamento do Trabalho.

Esses números excedem as previsões mais otimistas dos analistas, que projetavam que a taxa de desemprego poderia subir para 20%, com uma perda de 8 milhões de empregos.

"Essa melhoria no mercado de trabalho reflete uma retomada limitada da atividade econômica que foi reduzida em março e abril pela pandemia de coronavírus (COVID-19) e os esforços para contê-la", afirmou o Instituto de Estatísticas de Emprego.

- Diferença "gigante" -

O mercado de trabalho se estabiliza com a abertura das empresas após o confinamento em meados de março e, seguindo essa tendência, há uma pequena melhora em relação a outros indicadores, como a confiança do consumidor.



Apesar da crise do coronavírus, que deixa mais de 108.000 mortos nos Estados Unidos, o emprego aumentou em setores como lazer, hotelaria, construção e varejo, bastante afetados pela pandemia.

"Esses dados indicam que a economia começa a se recuperar após o impacto da pandemia", disse Mike Fratantoni, economista-chefe da empresa de MBA, em nota.

Fratantoni esclareceu que uma taxa de desemprego de 13,3% é a segunda maior desde a Grande Depressão.

Para o especialista Ian Shepherdson, da firma Pantheon Macroeconomics, este relatório de emprego é a "maior surpresa já vista em termos de folha de pagamento", destacando que a diferença com as previsões é "gigante".

Após a implementação de um pacote de resgate estatal de quase US$ 3 trilhões, com bilhões adicionais em empréstimos comerciais, muitas empresas tiveram incentivos para recontratar seus trabalhadores, disseram vários especialistas.

A economista-chefe da HFE, Rubeela Farooqi, disse que, embora um mês não seja suficiente para definir uma tendência, os ganhos reportados em maio podem ser um indicador de que o mercado de trabalho está se estabilizando.

"Uma melhoria sustentada nos próximos meses seria uma confirmação de que o mercado de trabalho está se recuperando e que uma parcela significativa dos empregos perdidos durante o confinamento está se recuperando", afirmou o economista.