"Temos uma Constituição. Temos que segui-la. E o presidente se afastou", disse Powell ao canal de notícias da CNN.
Em sua acusação, Powell classificou Trump como um perigo para a democracia, cujas mentiras e insultos afetaram a imagem da América para o mundo.
Powell, ex-presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, foi o mais recente de uma série de altos oficiais militares aposentados a criticar publicamente o tratamento de Trump aos massivos protestos antirracismo que agitam os Estados Unidos desde o assassinato de George Floyd, um homem negro desarmado sufocado durante sua prisão por um policial branco em Minneapolis, Minnesota.
Aparentemente, um ponto de virada foi alcançado na semana passada entre oficiais aposentados, geralmente relutantes em fazer declarações, quando Trump ameaçou usar militares para reprimir os protestos, provocando um confronto com o chefe do Pentágono.
"Estamos em um ponto de virada", disse Powell, criticando os senadores republicanos por não enfrentarem Trump.
"Ele mente sobre as coisas. E se safa porque as pessoas não o responsabilizam", disse ele.
Powell, que também atuou como secretário de Estado durante o governo George W. Bush (2001-2009), também repreendeu Trump por ofender "quase todos no mundo".
"Estamos contra a Otan. Estamos retirando mais tropas da Alemanha. Eliminamos nossas contribuições para a Organização Mundial da Saúde. Não estamos felizes com as Nações Unidas", afirmou.
E com a proximidade das eleições presidenciais de novembro, Powell fez um anúncio contundente: não votará em Trump, a quem também não apoiou em 2016. E apoiará o democrata Joe Biden.
"Sou muito alinhado a Joe Biden nas questões sociais e políticas. Trabalhei com ele por 35, 40 anos. E agora ele é o candidato e vou votar nele", afirmou.