A derrubada por manifestantes da estátua em Bristol de um comerciante de escravos do século XVII provocou indignação no governo britânico, mas o prefeito da cidade afirmou nesta segunda-feira que prefere deixar a peça em um museu do que reinstalar a mesma na rua.
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Estátuas de escravocratas viram alvo em protestosBeyoncé denuncia intolerência em mensagem para graduados da geração 2020Mais de sete milhões de caso de coronavírus registrados no mundoNo domingo, a peça foi arrancada de seu pedestal por um grupo de manifestantes que protestava contra a morte de George Floyd nos Estados Unidos.
"Como representante eleito, obviamente não posso tolerar este dano e estou muito preocupado com as implicações que uma grande manifestação pode ter sobre uma segunda onda de contaminação do coronavírus", disse o prefeito trabalhista de Bristol, Marvin Rees, à BBC.
"Mas sou de origem jamaicana e não posso dizer que tenho uma verdadeira sensação de perda por esta estátua", completou, antes de explicar que a via como uma "afronta pessoal" e que considera sua derrubada como um momento "histórico".
Ele afirmou que é "muito provável" que a estátua termine em um museu.
Ao mesmo tempo, a Associação de Proteção do Patrimônio Histórico da Inglaterra condenou a ação, mas afirmou que concorda que "a estátua é um símbolo de injustiça".
"Não acreditamos que deve ser reinstalada", afirma em um comunicado.
A manutenção da estátua do comerciante de escravos e deputado, que financiou muitas instituições em Bristol, foi objeto de debate durante anos.
"É um homem responsável por enviar 100.000 pessoas da África ao Caribe para que se tornassem escravas, incluindo mulheres e crianças, com o nome de sua empresa no peito", denunciou o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer.
"Não se pode ter uma estátua de um comerciante de escravos no Reino Unido no século XXI", completou.
Outra estátua foi atacada no domingo, diante do edifício do Parlamento em Londres, a do ex-primeiro-ministro conservador Winston Churchill, um herói da Segunda Guerra Mundial. "Era um racista", escreveram sobre seu nome no pedestal.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, condenou a violência durante as manifestações antirracistas do fim de semana, mas não fez comentários sobre a derrubada da estátua de Colston.