Uma estátua de Cristóvão Colombo foi decapitada na noite da última terça-feira em Boston, última vítima do movimento que exige a retirada de estátuas que são consideradas como símbolo do racismo, reavivado após as manifestações depois da morte de George Floyd.
A polícia de Boston foi alertada da decapitação pouco depois da meia-noite de quarta-feira, um porta-voz da polícia à AFP. O caso está sendo investigado, e por hora não há suspeito, afirmou.
A estátua do navegador genovês que chegou a América em 1942 financiado pela Corte Espanhola está sobre um pedestal no parque Cristóvão Colombo, no coração da cidade.
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Trump diz que não mudará nomes de bases em homenagem a generais escravocratasGovernador do Kentucky promete seguro médico a toda a população negraDepois de George Floyd, Biden pode escolher vice negraColombo, a quem os livros escolares o apresentam como "o descobridor da América", é considerado por muitos agora como um dos responsáveis pelo genocídio dos povos indígenas, e denunciado também por ter defendido a escravidão.
Outra estátua de Colombo foi arrancada na noite desta terça-feira em Richmond, Virgínia, e arrastada até um lago, de acordo com um jornal local.
Dezenas de cidades norte-americanas substituíram a comemoração do "Dia de Colombo" em outubro - feriado nacional desde 1937 - por um dia de homenagem aos povos indígenas. Diferente de Boston e Nova York, que mantiveram a tradicional data, por concentrarem grandes comunidades de origem italiana.
Uma corredora que passava na manhã desta quarta-feira em frente a estátua decapitada disse que aprovava o gesto.
"Parece-me bom capitalizar" a onda de protestos contra o racismo que sacudiram o país, disse à AFP. "Como os negros deste país, os índios também foram maltratados. Esse movimento é poderoso e (decapitá-lo) é muito simbólico".
O prefeito de Boston, Martin Walsh, condenou o vandalismo, mas informou que a estátua será retirada nesta quarta-feira, e espera uma decisão definitiva sobre seu destino.
Outros locais históricos da região da Nova Inglaterra estão na mira dos manifestantes, começando pelo prédio municipal -atualmente um centro comercial- Faneuil Hall, em homenagem ao comerciante de escravos Peter Faneuil, que ordenou sua construção no século XVIII antes de doá-lo para a cidade.