A polícia de Boston foi alertada da decapitação pouco depois da meia-noite de quarta-feira, um porta-voz da polícia à AFP. O caso está sendo investigado, e por hora não há suspeito, afirmou.
A estátua do navegador genovês que chegou a América em 1942 financiado pela Corte Espanhola está sobre um pedestal no parque Cristóvão Colombo, no coração da cidade.
Durante vários anos, era alvo de muitas polêmicas, como outras estátuas de Colombo no país e no mundo, e já havia sido pichada.
Colombo, a quem os livros escolares o apresentam como "o descobridor da América", é considerado por muitos agora como um dos responsáveis pelo genocídio dos povos indígenas, e denunciado também por ter defendido a escravidão.
Outra estátua de Colombo foi arrancada na noite desta terça-feira em Richmond, Virgínia, e arrastada até um lago, de acordo com um jornal local.
Dezenas de cidades norte-americanas substituíram a comemoração do "Dia de Colombo" em outubro - feriado nacional desde 1937 - por um dia de homenagem aos povos indígenas. Diferente de Boston e Nova York, que mantiveram a tradicional data, por concentrarem grandes comunidades de origem italiana.
Uma corredora que passava na manhã desta quarta-feira em frente a estátua decapitada disse que aprovava o gesto.
"Parece-me bom capitalizar" a onda de protestos contra o racismo que sacudiram o país, disse à AFP. "Como os negros deste país, os índios também foram maltratados. Esse movimento é poderoso e (decapitá-lo) é muito simbólico".
O prefeito de Boston, Martin Walsh, condenou o vandalismo, mas informou que a estátua será retirada nesta quarta-feira, e espera uma decisão definitiva sobre seu destino.
Outros locais históricos da região da Nova Inglaterra estão na mira dos manifestantes, começando pelo prédio municipal -atualmente um centro comercial- Faneuil Hall, em homenagem ao comerciante de escravos Peter Faneuil, que ordenou sua construção no século XVIII antes de doá-lo para a cidade.