A União Europeia garantiu o fornecimento de futuras vacinas contra o novo coronavírus, concluindo um acordo com o grupo farmacêutico AstraZeneca para garantir o fornecimento de 300 milhões de doses. Alemanha, França, Itália e Holanda assinaram um acordo com o grupo, criado em 1999 a partir da fusão do sueco Astra e do britânico Zeneca, que planeja abastecer todos os países membros da UE se a vacina COVID-19 for descoberta, indicou o Ministério da Saúde alemão.
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COVID-19: consórcio de imprensa aponta 42.055 mortes no BrasilSP anuncia acordo com laboratório chinês para testar e produzir vacinaDez de 136 vacinas em estudo estão em fase clínicacoronavirusespecialistasSobrevivente de COVID-19 recebe conta de US$ 1 milhão de hospitalA Comissão Europeia defendeu na sexta-feira a ideia de os países da UE se unirem para garantir acesso privilegiado à futura vacina e defendeu contratos de compra antecipada.
Enquanto os laboratórios tentam encontrar uma vacina em tempo recorde - 12 a 18 meses, em comparação com vários anos normalmente -, esses adiantamentos facilitariam o investimento em recursos de produção, mesmo que os ensaios clínicos em humanos ainda não tenham terminado.
Este compromisso daria aos Estados-membros o direito de comprar um certo número de doses a um preço específico quando a vacina estiver disponível, em troca do risco de investimento assumido.
Os principais grupos farmacêuticos estão envolvidos em uma corrida contra o tempo para encontrar a vacina contra o coronavírus, que até agora matou mais de 417.000 pessoas e infectou mais de 7,4 milhões em todo o mundo.
A quantidade de doses pode chegar a 400 milhões, disse a AstraZeneca em comunicado. O grupo farmacêutico "prometeu não obter nenhum lucro" neste contrato, advertiu o ministro da Saúde da França, Olivier Véran em comunicado.
Negociações com outros laboratórios
A ação rápida e coordenada de um grupo de Estados-membros "beneficiará" todos os cidadãos da UE, disse o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn. A Comissão Europeia estava disposta a usar cerca de 2,4 bilhões de euros disponíveis no instrumento de ajuda de emergência desbloqueado durante a crise para garantir esses contratos.
As negociações "continuarão com outros laboratórios farmacêuticos, a fim de ter as melhores possibilidades de uma vacina rápida em quantidade suficiente e com o melhor custo", afirmou Véran. A AstraZeneca anunciou na sexta-feira (12/6) que esperava setembro para obter resultados sobre a eficácia da vacina na qual trabalha com a Universidade de Oxford.
Os testes estão sendo realizados na Grã-Bretanha e no Brasil, agora o epicentro da pandemia.