O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou a criação de uma comissão sobre as desigualdades raciais, pedindo o combate à "substância" do racismo, e não aos símbolos, em uma alusão às recentes depredações de estátuas à margem dos protestos antirracistas.
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Comissão Europeia lança portal on-line para informar turistasAs razões do elevado balanço de vítimas da COVID-19 no Reino UnidoSurto de coronavírus em bairros de Pequim impõe novo confinamentoReconhecendo que "mais precisa ser feito", ele anunciou o estabelecimento de uma comissão para examinar "todos os aspectos das desigualdades" no emprego, na saúde e até nos estudos universitários.
Na televisão, Johnson disse que quer "mudar o discurso para acabar com esse sentimento de vitimização e de discriminação", atraindo a ira da oposição.
"Os negros não fazem papel de vítimas, como Boris indica, eles protestam precisamente porque o tempo para estudar terminou, e agora é o momento de agir", protestou David Lammy, responsável por questões de justiça no Partido Trabalhista.
"É profundamente perturbador - e francamente imaturo - que o Reino Unido ainda esteja debatendo se o racismo realmente existe", ressaltou.
A morte de George Floyd, um negro asfixiado por um policial branco nos Estados Unidos, foi seguida por grandes protestos antirracistas no Reino Unido e em outras partes do mundo.
No sábado, policiais e manifestantes de direita que alegavam "proteger" monumentos de atos de vandalismo entraram em confronto. A polícia prendeu 113 pessoas.
No "Telegraph", Boris Johnson declarou ser "absolutamente absurdo que grupos de vândalos de extrema direita e criadores de problemas convergissem em Londres com a missão de proteger a estátua de Winston Churchill".
O monumento havia sido vandalizado no fim de semana anterior à margem de manifestações antirracismo provocadas pela morte de George Floyd. A inscrição "era um racista" foi pichada sobre o nome do líder conservador, acusado de ter feito comentários racistas, principalmente contra os indianos.
Churchill "era um herói", escreveu Johnson.
"Resistirei com todas as minhas forças a qualquer tentativa de remover esta estátua da Praça do Parlamento e, quanto mais cedo pudermos remover a proteção que a cerca, melhor", insistiu.
Em vez dos ataques a estátuas, como a do "comerciante de escravos" Edward Colston, arrancada de seu pedestal por ativistas antirracistas em Bristol (sudoeste da Inglaterra), Boris Johnson se ofereceu para "construir outras e celebrar as pessoas que, de acordo com nossa geração, merecem um monumento".