A ex-militante feminista e líder de um grupo de extrema direita brasileiro, Sara Winter, foi presa nesta segunda-feira (15) junto a outros cinco suspeitos de "manifestar-se de forma antidemocrática" contra o Congresso e o STF, duas instituições que se encontram em tensão crescente com o presidente Jair Bolsonaro.
No último sábado, a polícia tinha retirado militantes desse grupo, conhecido como "300 do Brasil" (referente aos espartanos no filme de Zack Snyder), do acampamento que fizeram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Em 2013, Sara Winter, de 27 anos, foi a fundadora do grupo Femen no país, antes passar por uma reviravolta ideológica e se tornar uma bolsonarista ativa nas últimas eleições.
Como retaliação, alguns militantes desse grupo tentaram invadir o Congresso no mesmo dia, e lançaram explosivos no Supremo Tribunal Federal (STF).
O STF "nunca estará sujeito, como não estava sujeito a toda a sua história, a qualquer tipo de ameaça, é velado, indireto ou direto e continuará a cumprir sua missão", afirmou o horário de sua comunicação ou seu presidente, Dias Toffoli.
"Essas atitudes foram reiteradas e incentivadas por uma minoria da população e por membros do próprio Estado", alertou.
Em uma reunião ministerial no final de abril, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, declarou: "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".
Weintraub estava se referindo aos que propõem medidas de quarentena como forma de lidar com a pandemia do novo coronavírus, criticada por Bolsonaro por seu impacto na economia e pelas restrições que afetariam a liberdade de movimento.
No domingo, um vídeo divulgado nas redes sociais mostra Weintraub em uma manifestação pró-Bolsonaro dizendo aos participantes: "Eu já falei a minha opinião, o que eu faria com vagabundo".
O ministro da Educação participou do ato sem máscara, de uso obrigatório em Brasília. Nesta segunda, essa atitude lhe rendeu uma multa de R$ 2.000, de acordo com o recibo emitido pelas autoridades.
O ato no qual ele participou tinha sido proibido pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
O Brasil é o segundo país no mundo com os mais infectados e com o maior número de mortes pela COVID-19, atrás somente dos Estados Unidos. Até o último sábado, foram registradas 43.332 mortes desde que a pandemia começou no país.