A gigante das telecomunicações norte-americana Verizon se juntou à crescente lista de marcas que prometeram parar de anunciar no Facebook devido ao aparente fracasso da rede social em suprimir discursos de ódio e incitações à violência.
"Estamos pausando nossa publicidade até que o Facebook possa adotar uma solução aceitável que nos deixe à vontade e seja consistente com o que fizemos com o YouTube e outros parceiros", disse John Nitti, diretor de mídia da Verizon.
Várias empresas anunciaram que suspenderão as compras de publicidade em julho, depois que a Liga Anti-Difamação (ADL) pediu um boicote como parte da campanha "Stop the Hate for Profit".
As "políticas de discurso de ódio, incitação e desinformação do Facebook não são equilibradas", afirmou o presidente-executivo da ADL, Jonathan Greenblatt, em uma carta na quinta-feira.
Greenblatt observou o posicionamento de publicidade "aleatório" da rede social, citando como exemplo um anúncio da Verizon que apareceu ao lado de "um vídeo do grupo QAnon, que usa retórica de ódio e antissemita".
As associações criticam o Facebook especialmente por ter incluído o site Breitbart, próximo à extrema direita americana, entre os meios de comunicação associados ao seu segmento de notícias.
Mais recentemente, criticaram a iniciativa de seu presidente, Mark Zuckerberg, de não moderar as mensagens controversas do presidente Donald Trump, que o Twitter, muitos observadores e até funcionários do Facebook catalogaram como incitação à violência.
O Facebook obtém cerca de US$ 70 bilhões por ano em anúncios.
"Respeitamos a decisão de qualquer marca e continuamos focados no importante trabalho de eliminar o discurso de ódio e fornecer informações críticas", disse Carolyn Everson, vice-presidente de soluções de marketing para o Facebook.
Os fabricantes de artigos esportivos Patagonia, North Face e REI, bem como a agência independente Upwork, anunciaram que vão boicotar o Facebook.