Jornal Estado de Minas

Macron condena responsabilidade criminosa da Turquia na Líbia

A Turquia tem uma "responsabilidade histórica e criminosa" no conflito da Líbia, enquanto "pretende ser membro da Otan", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta segunda-feira (29) na cidade alemã de Meseberg.

"Estamos em um momento de esclarecimento indispensável da política turca na Líbia, que para nós é inaceitável", disse Macron durante coletiva de imprensa com a chanceler alemã, Angela Merkel.



Palco de uma guerra civil desde 2011, na Líbia "o primeiro ator externo é a Turquia", disse o presidente francês.

A Turquia, de Recep Tayyip Erdogan "não respeita nenhum dos compromissos da conferência de Berlim (realizada em janeiro), aumentou a presença militar na Líbia e importou maciçamente combatentes jihadistas da Síria", condenou.

"É a responsabilidade histórica e criminosa da Turquia, que pretende ser membro da Otan; em qualquer caso, o reivindica", acrescentou Macron.

O presidente francês já tinha acusado Ancara em 22 de junho de fazer "um jogo perigoso" na Líbia.

A Turquia se tornou o principal apoio internacional do governo de união nacional (GNA) de Trípoli, que no começo de junho recuperou o controle do noroeste do país, expulsando as forças do marechal Khalifa Haftar, que controla o leste do país.

O presidente francês também quis dissipar "uma ideia falsa: a França não apoia o marechal Haftar", mas tenta encontrar uma solução de paz "duradoura".

Macron considerou, ainda, que a Rússia joga com a "ambivalência", já que na Líbia opera a milícia privada russa Wagner.