O Peru começou nesta quarta-feira (1º) um desconfinamento gradual para reativar sua economia semiparalisada, e as ruas de Lima voltaram a se encher de carros e pessoas, depois de três meses e meio de quarentena nacional obrigatória por causa da pandemia do novo coronavírus.
A reabertura começou com o fim do toque de recolher noturno em 18 dos 25 departamentos do país, entre eles a capital, enquanto que nos sete restantes continuará a quarentena até 31 de julho, porque a incidência de casos de coronavírus ainda é alta. As fronteiras permanecem fechadas.
A reabertura de restaurantes e cafés foi uma das principais novidades para um país orgulhoso de sua gastronomia. Isso junto à reabertura dos shopping centers e salões de beleza, que retomaram suas atividades há uma semana.
"Estamos reabrindo para que a gastronomia peruana, que é a vitrine para o mundo, não perca sua importância", disse à AFP o presidente da Associação de Hotéis e Restaurantes, Blanca Chávez.
No distrito de Comas, no norte de Lima, havia longas filas de passageiros na estação metropolitana de ônibus.
Em uma cidade famosa por seu trânsito caótico, ônibus e microônibus voltaram a circular cheios de passageiros, embora todos usassem máscaras, como o governo ordenou.
Lima, cidade onde vivem 10 milhões dos 33 milhões de peruanos no país e concentra as maiores empresas, começou a reabertura, mesmo ao concentrar 70% dos casos da COVID-19.
O país registra mais de 285.000 casos e 9.600 mortes.
- "Encontrar equilíbrio" -
Um declínio da curva de contágio nas últimas duas semanas influenciou na medida de reabertura, segundo as autoridades.
"Agora estamos em pleno declínio (de casos). Fomos baixando lentamente", explicou o ministro da Saúde, Víctor Zamora.
Com sua decisão, o governo busca um equilíbrio entre a saúde das pessoas e a economia, que está em situação de recuperação.
"A avaliação da evolução da doença e de um sistema integral para decidir sobre o reinício das atividades que geram empregos nos permitem encontrar um equilíbrio para a tomada de decisões", disse o presidente peruano, Martín Vizcarra, na última terça.
As atividades econômicas terão severas restrições.
A capacidade dentro dos restaurantes é agora de 40%, e no transporte público apenas 50% dos passageiros podem embarcar, embora isso não tenha sido atendido nesta quarta.
A retomada também inclui o turismo, pois se prevê o retorno das viagens entre os departamentos que saíram do confinamento.