Cornelius Fredericks, de 16 anos, morreu em 1º de maio, dois dias depois de ser empurrado e imobilizado no chão por educadores da Academia Lakeside em Kalamazoo, Michigan, por jogar um sanduíche contra outro garoto na cafeteria local.
O vídeo da câmera de vigilância mostra Fredericks jogando o sanduíche da mesa e vários homens o atacam, o derrubam e se apoiam sobre seu corpo para controlá-lo.
Cerca de 10 minutos depois, o jovem parece inconsciente e a equipe tenta revivê-lo com manobras de massagem cardíaca antes de pedir ajuda médica.
Sua morte é similar a de George Floyd, um afro-americano assassinado em 25 de maio por um policial branco que o sufocou em uma rua de Minneapolis durante sua prisão.
Sua agonia foi filmada, viralizou nas mídias sociais e desencadeou raiva nos Estados Unidos contra o racismo e a brutalidade policial.
Este "vídeo horrível" de Fredericks revela uma "cultura de medo e abuso" naquele centro criminal onde a prática "regular" de asfixia "é uma forma de punição", disse Geoffrey Fieger, advogado da família da vítima.
O jovem "foi executado em 29 de abril pelo crime de jogar um sanduíche", relatou.
Os sete oficiais que o detiveram "o privaram de oxigênio e seu cérebro sofreu danos irreversíveis", afirmou.
Dois educadores e uma enfermeira foram acusados de homicídio involuntário e agressão.
O advogado entrou com ações civis em junho contra o pessoal envolvido e contra a empresa privada contratada pelo estado de Michigan para administrar o centro.
"Embora Cornelius Fredericks tenha gritado 'eu não consigo respirar', as autoridades continuaram segurando-o de maneira inadequada, matando-o", destacou o advogado em sua queixa.
O representante legal da família da vítima declarou na terça-feira que a empresa que administra o centro propôs um acordo amistoso de pelo menos um milhão de dólares como indenização.
Em junho, o governador do Michigan denunciou a morte "sem sentido" e "intolerável" do garoto e anunciou o fim do contrato com a empresa privada.