Jornal Estado de Minas

Chefe do Estado-Maior dos EUA quer tirar nomes de generais confederados de bases

O chefe do Estado-Maior Geral dos Estados Unidos, general Mark Milley, pediu publicamente nesta quinta-feira (9) a mudança dos nomes das bases militares do país que homenageiam os generais confederados, uma ideia a qual o presidente Donald Trump se opõe.



Dez bases do Exército, todas localizadas no sul do país, possuem nomes de soldados militares da Guerra da Secessão, um conflito civil que foi travado principalmente em torno da questão da escravidão, defendida pelos Confederados.

Após a morte no final de maio de George Floyd, um cidadão negro sufocado por um policial branco durante sua prisão em Minneapolis, cresceu o movimento a favor da troca de nomes dessas unidades.

Foram decisões "políticas" que determinaram essas homenagens e serão necessárias decisões políticas para mudar isso, declarou o general Milley diante de uma comissão do Congresso.

"O que preocupa o Exército é a natureza controversa" desses nomes, acrescentou, lembrando que os militares americanos são uma das instituições em que as minorias estão mais representadas.

Pelo menos, 20% da força é composta por negros, um número que chega a 30% em algumas unidades, lembrou Milley.

"Aqueles jovens soldados que vão a uma base como Fort Hood, Fort Bragg ou qualquer outra coisa ... podem lembrar que esse general lutou" a favor de um sistema "que foi capaz de manter um de seus ancestrais na escravidão", acrescentou.



A maior base militar do país, Fort Bragg, na Carolina do Norte, recebeu o nome de um general secessionista do Exército, Braxton Bragg, mais conhecido por ter perdido a grande batalha de Chattanooga em 1863.

A de Fort Hood, no Texas, é uma homenagem ao general John Bell Hood, famoso por ter sofrido inúmeras derrotas no campo de batalha, das quais ele costumava culpar seus subordinados, segundo historiadores.

"Devemos refletir seriamente sobre os símbolos: as bandeiras confederadas, as estátuas e as bases", acrescentou o general, que usou palavras duras ao se referir aos generais sulistas.

A Guerra Civil "foi um ato de rebelião, um ato de traição contra a União e a bandeira americana, contra a Constituição", afirmou.