O governo holandês anunciou nesta sexta-feira (10) que levará a Rússia à justiça na Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) "por seu papel na destruição do voo MH17", que foi abatido em 2014 sobre a Ucrânia.
"Fornecer justiça às 298 vítimas da explosão do voo MH17 é e continuará sendo a maior prioridade do governo", disse o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Stef Blok, em comunicado.
"Ao dar esse passo hoje (...), estamos nos aproximando desse objetivo", acrescentou Blok.
Segundo o ministro, esta decisão visa, em particular, oferecer "apoio máximo" aos familiares das vítimas.
Em novembro de 2018, os parentes de 65 holandeses que morreram na explosão do voo entraram com uma ação contra a Rússia perante a CEDH, pedindo a Moscou que "admitisse sua responsabilidade" no desastre.
O Boeing 777 da Malaysian Airlines, que partiu de Amsterdã para Kuala Lumpur em 17 de julho de 2014, foi abatido em pleno voo por um míssil BUK de concepção soviética sobre a zona de conflito armado com os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
As 298 pessoas a bordo, incluindo 196 holandeses, morreram.
A Holanda culpou abertamente a Rússia pela morte de seus cidadãos. Moscou, por sua vez, sempre negou veementemente qualquer envolvimento no acidente e atribuiu a culpa a Kiev.
O governo holandês alertou em dezembro de 2018 que planejava tomar medidas legais contra a Rússia neste caso, já que as negociações entre os dois países estão em impasse.
A Holanda continua, no entanto, "dando importância ao prosseguimento das reuniões com a Rússia", com o objetivo "de encontrar uma solução que faça justiça aos enormes sofrimentos e danos causados" pela tragédia, disse o ministério das Relações Exteriores.
A justiça holandesa iniciou em março o julgamento de quatro suspeitos, três russos e um ucraniano, acusados de causar o acidente.